segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Feliz Natal


Yanka continuava a tocar melodias no seu violino sem parar. A miúda, de 12 anos que tocava como gente grande, já não estava apreensiva com a presença do jovem de casaco longo e negro, como estava anteriormente. Gabriel era para ela até uma boa companhia para conversar.
- E tu Gabriel não devias estar com alguém também.
- Não na verdade também não tenho ninguém. Limito-me a vaguear ai pelas ruas nestes dias.
- E o que fazes?
- Sou metrologista.
- E não era suposto estares a estudar o tempo algures.
- Já estudei!... Vai nevar dentro de alguns minutos.
- Sim e o Pai Natal vai passar ai e deixar-me uma prenda. É melhor mesmo que não neve, está frio e mesmo assim era milagre. Não neva em Lisboa á mais de 14 anos.
- Não acreditas em milagres? Perguntou Gabriel de mãos nos bolsos.
- E porque havia de acreditar já olhaste bem para mim. A minha vida não tem estrelas no céu nem calor de uma casa nem a alegria de uma família. Todas as noites rezo a alguém por algo que eu poça acreditar pois francamente a esperança já me começa a esvanecer. Este violino é a única coisa que tenho da minha mãe e aquele rádio do meu pai. Tenho o orfanato que me dá de comer e nada mais. Tudo era bonito e risonho e de um momento para o outro tudo mudou: do dia fez-se noite, da luz fez-se escuridão, a felicidade deu lugar á tristeza e a esperança deu lugar ao desespero. Humpf qual Feliz Natal!
-Gabriel notou que a miúda estava com frio. Identificou-lhe um certo tremer e um estranho desafinar nas notas devido ao frio.
- Está a ficar frio é mesmo provável que neve.
Ao ouvir aquela afirmação Yanka parou repentinamente de tocar.
- Ouça senhor! – Disse Yanka agressivamente – Eu não acredito em milagres, não acredito em anjos, não acredito em felicidade nem na amizade nem sequer no amor e definitivamente não acredito no Natal.
Foi então que subitamente começou a nevar, começou lentamente e foi caindo mais fortemente ao ponto de os ombros de Yanka estarem cobertos de neve, enquanto lágrimas começavam a formar-se nos seus olhos.
- Como sabias - Perguntou ela lacrimejante
- Já te disse, sou metrologista… E agora já acreditas em milagres?
- Eu queria acreditar… queria mesmo - disse ela a chorar.
- És só uma crinça Yanka! queres ser uma mulher forte mas é só uma criança.
Yanka então chorava como uma criança e ela que se fazia parecer tão adulta. Chorava como se cada lágrima fosse uma desilusão que ela tentasse expulsar do seu pensamento.
- Yanka está com frio! vem-te agasalhar! – Disse Gabriel de braços abertos
Yanka largou o violino e abraçou Gabriel tão fortemente quanto a sua vida dependesse disso. O nevão, esse, não parava de cair.
- O Nevão não parava de cair, poderia-se chamar milagre pois não era neve miúda que caia, era neve rígida e forte do tipo de floco capaz de congelar um lago apenas com o seu toque, Mas não há razão para preocupação, Yanka estava abraçada a Gabriel que acartava com a maior parte do nevão com os ombros
- Li histórias em que a menina morria. - Fungava Yanka - Não era agora que era suposto eu morrer e ir ter com a minha mãe. – Disse Yanka chorosa e soluçando - Como aquela que acendia os fósforos, e aquela em que ele ouvia os sinos e também aquela em que ele adormeceu por baixo do pinheiro e aquela em que…
- Chiuuuuu!... Yanka! Um dia vais tocar os corações de muitas pessoas com as tuas melodias. E sabes que mais. Ninguém tem que morrer hoje.
O casaco de Gabriel rasgou-se nas costas, e delas alongaram-se um par de asas que esticadas mediam 3 metros de envergadura. As asas de Gabriel fecharam-se a frente abraçando e abrigando Yanka da neve.
- E agora, já acreditas em milagres – perguntou Gabriel.
Mas Yanka já adormecera sem lhe dar qualquer resposta.
- Feliz Natal Yanka
- Feliz Natal.


Desejo-vos um grandioso e Feliz Natal e tenham acima de tudo felicidade e a familia toda junta.

O Poeta

Tambem vos desejo um optimo Natal e umas boas entradas para um novo ano. que todos os vossos desejos (ou a maior parte deles ) sejam concretizados.

God bless Us, Every One!

Merry Christmas

El PAtronito o Ardina

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

My Cousin Eddy


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Every time a bell rings




-Harry Bailey.
-George, old son of a gun.
- Harry! Harry!
- Looks like I got here too late.
- Mary, I got him here from the airport
as quickly as I could.
- The fool flew all the way up here in a blizzard.
- Harry, how about your banquet in New York?
- Oh, I left right in the middle of it
as soon as I got Mary's telegram.
- Good idea, Ernie, a toast...
- To my big brother George.
- The richest man in town!

Should auld acquaintance be forgot
And never brought to mind,
Should auld acquaintance
Be forgot, and days of Auld Lang Syne.

- What's that?
- That's a Christmas present from
a very dear friend of mine.
- Look, Daddy.
- Teacher says "every time a bell rings,
an angel gets his wings
".
- That's right.
- That's right.
- Atta boy, Clarence.

For Auld Land Syne, my dear.
For Auld Land Syne
We'll take cup of kindness yet´,
For Auld Lang Syne
We'll take cup of kindness yet,
For Auld Lang Syne


El Patronito o Ardina

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Fazer uma chamada.

Logo que abri a porta de casa, chegado de mais um laborioso dia de trabalho, imediatamente senti a falta de alguma coisa. Á porta, não fui recebido pela família; não fui recebido pelo cão, nem pela tartaruga, nem pelo gato, e nem sequer os canários cantaram louvando a minha chegada. Contudo fui efectivamente recebido por algo: o silêncio e a solidão. Por vezes imploramos por silêncio e quando ele aparece, desejamos um pouco de barulho resultante de algum movimento. Puh! Alguém alguma vez entenderá o que os humanos realmente querem?
Pousei a mochila, o casaco e fui passar água na cara ao que depois sentei-me na cadeira contemplando o silêncio. “Podia agarrar no telemóvel e fazer uma chamada” pensei eu. Uma única e simples chamada e logo teria três ou quatro ou mesmo seis amigos para sair, para beber, fumar, passear, curtir, avacalhar e até atrofiar. Mas não!... Não era isso que eu queria. Queria estar com amigos sim, mas uma coisa simples: um copo ou dois, um ou dois martínis, sem complicações, uma conversa simples provida de alguma intelectualidade, sem discussões, uma coisa diferente, calma, amena, agradável. Mas isso era fisicamente impossível, pois como mencionei anteriormente, esse tipo de noite seria sucedida de muitos copos, atrofios, muito tabaco, entre outros inúmeras chatices e substâncias nefastas. Não! Não era isso que eu queria. Decidi então ficar sozinho.
Tomei a liberdade de me prevenir com alguns pack’s de cerveja - antes de chegar a casa – que iriam acompanhar um prato de camarões com molho caril preparado por mim. Preparei-os a preceito, seguindo a receita com rigor sem faltar qualquer ingrediente ou especiaria. Preparei-os com tamanho primor, como se fossem para uma visita que se tivesse sentado e fosse fazer-me companhia. Mas não! Não havia companhia. Eu estava sozinho.

“Só me falta companhia” reflecti mais uma vez ao colocar o petisco e as cervejas já frescas na mesa. Senti-me como “aquele” caguinchas que está sozinho no cinema, numa sala quase vazia onde apenas se encontram quatro ou cinco casais espalhados pela sala.
“Excelente ideia! É isso mesmo! Vou ver um filme!” comentei com os meus botões. Da vasta colecção que tinha, optei pelos clássicos e desses escolhi um a preto e branco.
Os camarões estavam maravilhosos, papei-os de uma assentada. Estavam tão deliciosos que terminei o prato passados 20 minutos decorridos do filme, ao que depois fiquei-me pela cerveja enquanto ia fumando comodamente um cigarro por cada 3 cervejas.
Findo o filme; bati palmas, estava sozinho por isso ninguém iria achar estranho. “Que clássico! Nunca me canso de ver isto!” comentei.
Dirigi-me a aparelhagem e “botei” o CD da Cortney Love. Fiquei a ouvir identificando-me um pouco com a sua solidão – já devia estar fresco. “I've made my bed I'll lie in it. I've made my bed I'll die in it” dizia ela “There is no milk. There is no milk”, pois não… não há, vou abrir mais uma lata, “When I went to school in Olympia. And everyone's the same” continuava ela. Sim! Identifiquei-me com ela estava com sozinho, com quem me podia eu identificar? Apeteceu-me escrever. Agarrei na amiga caneta e no estimado papel e escrevi esta singela narrativa.
Podia agarrar no telemóvel e fazer uma chamada. Uma única e simples chamada e logo teria três ou quatro ou até seis amigos á porta para ir beber. Mas não!... Decidi ficar sozinho.

O Poeta

Ja passaram largos dias desde o ultimo post. Falei com O Poeta para me arranjar algo. Espero que gostem.

Atenciosamente

El Patronito o Ardina

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Do you remember?

No seu restaurante-marisqueira, prestes a fechar, ele pediu uma imperial, deu dois grandes goles deixando-a pela metade. Entretanto entrou uma esbelta mulher e rapidamente se sentou ao balcão ao lado dele.
- Oi - disse ela.
- Oi! - exclamou surpreendido - Então tudo bem? Como me encontraste aqui neste antro?
- Sabia que estarias aqui. É o teu refúgio e essa é a tua companhia, além do mais, todos conhecem isto.
- De todos os restaurantes do mundo inteiro tinhas logo que entrar no meu. – lamentou ele acendendo um cigarro.
- Não sejas assim! Já te disse; todos conhecem o Porto-Novo.
- Então “Cinderella” que vieste cá fazer. - Perguntou dando mais um bafo no cigarro.
- Vim dizer que te amo.
- E dizes isso assim, descontraidamente, como se de algo simples se tratasse.
- E como querias que dissesse? Que chorasse baba e ranho.
- Não… isso não. Não faz o teu género - afirmou ele sorrindo dando mais um gole na cerveja.
- Pois tens razão. Tentei de facto dize-lo em modo de gracejo. Lembro-me bem, «Acho que estou a começar a gostar de ti» lembro-me bem. Mas tu, simplesmente não descodificaste a mensagem. É normal em ti… distraído como o vento, mas para mim é um deleito, adoro esse teu defeito.
- No entanto que viste cá fazer? Não é costume. - perguntou ele. Bebendo mais um pouco da cerveja.
- Sem dúvida. Vim ver como estavas, beber um martíni, ganhar inspiração…
- Para o próximo policial ou será romance desta vez?
- Não sei ainda. Por isso é que aqui estou.
- Pensei que era pra me ver? – reclamou ele
- Claro que é pra te ver, mas e que mal tem juntar o útil ao agradável.
- Olha! Lembras-te desta música? – perguntou ele desviando a conversa.
- Se me lembro! “Play it again Sam” - gracejou ela – são coisas que nunca se esquecem.
- Grande filme. Na altura ainda éramos só sorrisos. – Comentou fumando um cigarro a olhar para o nada.
- É verdade. Lembras-te quando demos as mãos, naquela parte em que Laszlo ordena: “Play the Marseillaise. Play it!”
- E quando nos beijámos?... quando a Ilsa disse: “Kisse-me, kisse-me as if it where the last time”. Como me lembro. Parece que foi ontem, e hoje aqui estamos. Disse ele apagando o cigarro.
Ambos acabaram as bebidas; ele deu o último trago na cerveja e ela o último trago no martíni. Pediram então uma garrafa de vinho tinto de uma carta alentejana de 98.
- Porque não bebes Charlie? Era o teu preferido…
- Nosso! - clamou ele interrompendo-a – e ainda é. Não há vinho como esse! Verte ai um copo para mim.
- És…
-…Fantástico! – interrompeu ele indiferente – Já sei, tas sempre a dizer isso.
- Pois! É verdade… mas ia no entanto acrescentar, one in a million.
- Ah! Não digas isso - disse ele intimidado - então Gabby como vai ser o teu novo romance?
- Olha! – Suspirando - não sei. Provavelmente um sujeito e uma donzela, encostados ao balcão de uma marisqueira prestes a fechar, a beber vinho e sem saberem o que dizer um ao outro.
- Parece-me ser agradável. Na verdade os melhores momentos são estes, em que se começa sozinho e acaba-se acompanhado. É os chamados momentos imprevisíveis. – disse acendendo mais um cigarro.
- Olha! estão a tocar o que tu gostas. - disse ela dando mais um trago no copo de vinho.
- Ainda te lembras quem é?
- Como havia de me esquecer. Cada vez que a Eunice canta, os teus olhos brilham. Brilham como outrora brilhavam comigo.
- Ainda brilham Gabby. – disse ele olhando para ela – Nunca duvides disso. És a única a quem eles brilham como o sol. Engraçado! – disse voltando-se novamente para o balcão - Quando somos pequenos fazem-nos acreditar que o amor é como as historias da Branca de Neve. Longe disso. Bem mais complicado. Abre mais uma Frank.
- Tem a certeza? Não devia beber tanto – aconselhou Frank.
- Não te preocupes Frank, sei tratar de mim. Abre a garrafa e deixa-te de alvitres.
- Ainda há tempo? - perguntou surpresa Gabby.
- Óh menina! – gracejou Frank abrindo a garrafa – há tempo há. Tempo é a única coisa que não se pode comprar aqui no Cais do Sodré. Não se preocupe, não sairei daqui tão cedo. Enquanto o patrão ficar, eu ficarei.
- Hey Charlie - perguntaste-me o que andava a escrever e respondi-te e tu, em que andas a trabalhar? Uma fantasia calculo?
- Claro! Já me conheces. Qualquer coisa, metendo um casal, um barman e uma garrafa de vinho. E claro, um toque de fantasia.
- Charlie hein! Always trying to save the world.
- Temos que acreditar em algo não é verdade.
- É verdade!, há que acreditar em algo.
- Olha!... lembrei-me de uma historia, mas que tu podias dar-lhe continuidade – disse bebendo mais um gole de vinho e acendendo um cigarro.
Gabby sem sequer pedir, tirou confiantemente um cigarro para si e acendeu-o dando dois bafos seguidos.
- Não pares! - disse
- Começa com um homem rico – prosseguiu Charlie - a contar como juntou a sua riqueza. O homem que o está a ouvir é um detective privado. O cliente diz que alguém o quer matar, e de facto assim o é, por um assassino profissional contratado pela mulher, só que ele entretanto simula uma explosão no barco e a esposa é apanhada. The – fucking - End.
- Fatela. Mas tenho uma boa para ti. Um menino aventureiro cujo nome não se sabe. É conhecido apenas por “Menino dos calções pretos”, ele é um semideus, o que lhe permite fazer inúmeras coisas. Nesta aventura ele é o único capaz de encontrar um pergaminho essencial á humanidade. Ele é o escolhido. Então que achas?
- Não me agrada. - disse rindo – Olha estão a tocar o que tu gostas.
- Ainda te lembras? – perguntou ela sorrindo.
- Como podia esquecer o Eddy, era o que estava sempre a tocar lá no Porto. Adoras o homem. Quem dera que me adorasses tanto como a ele.
- E adoro parvalhão. Se soubesses o quanto eu te adoro, quem me dera não te amar tanto!
- Porque? Sou assim tão mau?
- Não… és bem mais que isso. És especial. Ainda foste mencionar o Porto. O Porto!, que maravilha. Tivemos belos momentos lá.
- Sim! sempre teremos o Porto. Bebo a isso. "Here’s looking at you, kid". – disse erguendo o copo.
Ela então começou a cantarolar uma música enquanto brincava com o copo e chocalhava a bebida.
- Out on the corner with cast iron blood
10,000 or more with hearts on their own…
- …they say i might die i maybe cold
I may have no jesus I may have no soul
– prossegiu charlie.
- Malandro! – replicou ela matando o ultimo gole de vinho.
- Olha! Mudando de conversa tenho uma proposta simpática para ti. Se quiseres ouvir.
- Estou ansiosa continua. – afirmou Gabby
- Envolve um casal, um filme e uma garrafa de vinho. O que me dizes de nos pormos a andar daqui pra fora e irmos para casa ver um filme?
- Tipo Humphrey Bogart e Ingrid Bergman. Que dizes?
- Não percamos mais tempo! Baby! lets go home. Frank dá me mais uma pra levar.
- Mas eu estou um pouco torta.
- Não te preocupes. Olharei por ti. Sempre o fiz! – disse charlie colocando o seu casaco em Gabby.
- És…
- …fantastico. Já sei.
- Não! – disse ela – One in a million.
Ambos despediram-se rapidamente de Frank que deu uma garrafa a Charlie. Á saida, um avião passou por cima deles.
- Sabes “Cinderella”? Este cenário lembra-me algo - comentou Charlie a Gabby.
Então Gabby gracejou com um sorriso:
- "Louis, I think this is the beginning of a beautiful friendship".

The – fucking - End



O Poeta

El Patronito o Ardina

terça-feira, 6 de julho de 2010

Dear Lord

Preciso de te pedir um favor. Tenho um amigo de um amigo de uma amiga minha, que é amiga de um amigo de um amigo que por sua vez é amigo de uma amiga que é minha amiga. Ora esse amigo de um amigo… bem, tu entendes!
Sabes? Se a vida é um caminho com muitos atalhos; uns piores outros melhores, creio que ele caminha num atalho um pouco escuro, acredito que ele ande um pouco azarado, oportunidades não aparecem muitas, talvez seja próprio dele. Quando ele vir a luz certamente será grande, talvez até lhe careça um pouco de objectivos, ou motivação, dai ele andar “murcho”, perdoa-me a expressão. Coitado já levou tanta talhada na vida!, tenho a certeza que se eu ou tu lhe apontarmos o caminho ele terá um futuro cheio, será certamente alguém que fará a diferença e vingará neste mundo dominado pela ganância.
Hás-de reparar! Ele tem uma aura muito particular, tão positiva quanto o metal mais brilhante da tabela periódica. Só isso acredita que suscita muita inveja nas outras pessoas. Ele é boa peça só lhe faz falta uma das tuas lanternas para lhe iluminar o caminho. Sabes uma coisa? Ele tem um sorriso fantástico, por mais triste que esteja, consegue sempre causar sorrisos nas faces dos mais carrancudos. Creio até que a sua boa disposição teria posto um sorriso na cara de Ebenezer antes mesmo de ele ter conhecido os 3 espectros. Costumo dizer que ele era capaz até, de por um sorriso a um calhau no meio do campo. Preocupa-me contudo; pois tamanha disposição esconde sempre alguma tristeza. Parece que o miúdo chora. Compreende!, não é chorar como chora uma criança. Talvez seja lamentar como lamenta uma pessoa envolta na solidão, em que os seus olhos lacrimejam, mas a sua expressão continua a mesma a avistar o nada, enqunto as lagrimas lhe marcam a face. É esquisito o miúdo mas é um tipo bestial.
Imagina que a época festiva que ele mais gosta é o Natal. Adora todas aquelas histórias dos fantasmas, da menina dos fósforos. Nessa quadra, ele comenta sempre extasiado «Olha lá o Jacob Marley e o menino do tambor, olha os carrilhões e o fantasma do natal passado, que maravilha!». Imagina que ele até leu o conto de natal em Italiano, não deve ter compreendido tudo mas com efeito leu-o de uma ponta a outra, á custa disso, por vezes até gracejava com deleito, «E così, come Tiny Tim diceva: "Dio ci protegga tutti e ci benedica".»
O miúdo é castiço não tenhas duvidas, é inteligente também, só precisa de algo, talvez uma lamparina de óleo para o guiar no escuro.
Sabes!, o derradeiro segredo meu caro, é que ele gosta de escrever histórias para crianças… aliás todo o tipo de historias mas gosta especialmente de fantasiar. Ora olha! Toda a humanidade precisa de fantasia não é verdade? para sair um pouco do “real”, esquecer os problemas. Sim! Garanto-te, o miúdo é inteligente, isso não posso negar e escreve muito bem. Acho que o seu sonho é causar tanto impacto no mundo quanto todos aqueles contistas geniais que se ouvem falar, na minha opinião ele é igualmente genial. Tenho a certeza que irá ter o seu quinhão na história do mundo. Tenho a certeza que um dia há-de ver o mar do panteão nacional.
Caramba, o miúdo é boa peça, só precisa de um empurrão dos teus, para se por andar. Acredita! Ele é especial, assim o considero. Eu adoro o seu sorriso, a sua boa disposição. Por falar nisso; poxa, lembrei-me! Ele é um traquina do pior, parece uma criança, prega com cada partida… só para nos ver sorrir, vê lá! Ele é mesmo assim, é um diabrete de primeira mas tem um coração de ouro, um dia sei que ele há-de vingar só lhe é preciso apontar o caminho certo. Ele é bom sujeito, embora nem todos achem isso sei eu que é. Tem defeitos sem dúvida, mas e então, quem não os tem?
Ele não é má pessoa, apenas está perdido.


El Patronito o Ardina

quarta-feira, 19 de maio de 2010

One more for the thousand

Estou de parabéns. Sim! estou de parabéns. Não é o meu aniversário… Não. Mas estou de parabéns. Não conquistei nada de especial mas estou de parabéns. Não ganhei um prémio Nobel (embora aspira-se recebe-lo um dia), não. Não consegui mudar o mundo… ainda (ambiciona um dia consegui-lo). Não conquistei ainda a felicidade…não (por enquanto). A verdade: é que neste dia ou talvez amanha ou mesmo depois de amanha estaremos a atingir os mil leitores. Ora que maravilha! É tempo de recompensar-vos caros e pseudo-inexistentes leitores, pois pago uma média de "jeca" a quem for o leitor número 1000. Com certeza ninguém se acusará é tão certo como haver amanha e como tenho eu razão sobre este assunto.
Podia aqui falar da primeira vez que postei uma castiça mas disléxica crónica - e quem acompanha regularmente a gata sabe qual é - mas deixarei essa dedicatória para quando atingirmos física e majestosamente os mil leitores.

My one thousand hugs for all

Abraços e agradecimentos de (O Poeta) e (O Capitão)

Um Bem-haja by:

The one, the only:

El PAtronito o Ardina

Uma caixa de 36 cores

Era uma caixa de 36 cores de uma marca italiana, cuja fábrica ficava no interior de Toscana, quase perto da fronteira; agora, estavam em Sardenha, numa casa virada para o mar, e com eles o seu proprietário podia desenhar o que quisesse. Sim, eram 36 cores magníficas de lápis de cor aquarela, dos quais se podia rabiscar qualquer esboço, desenho ou retrato, e bastava apenas molhar os traços com um pincel, para lhes dar um extraordinário efeito aguarela, concretizando-se assim quadros maravilhosos.
O seu proprietário era um talentoso desenhista, pintava e desenhava no papel tudo aquilo que a imaginação e fantasia lhe permitissem, era um génio nos lápis de cor aquarela. Conhecia muitos métodos de desenho e apesar de ter variadíssimos materiais, o que ele usava regularmente era o seu singelo pincel e os lápis daquela caixa de 36 cores.
Lorenzo de nome, era um sujeito muito distraído, tinha inúmeros desenhos afixados nas paredes do seu atelier, dezenas de desenhos esplêndidos, alguns deles nem se lembrava ter desenhado. O seu atelier era um espaço desarrumado, típico de um artista e mais característico ainda de uma pessoa distraída. Ele chegava de manha, ao desabrochar do sol e a primeiríssima coisa que fazia era abrir as janelas que davam a vista para o mar, abria-as na totalidade, para entrar a brisa marítima e os raios solares que iluminavam os numerosos desenhos pendurados nas paredes, depois fazia uma caneca de café e ligava o seu pequeno rádio que poisava ao seu lado na grande mesa, transmitindo sinfonias e melodias italianas o dia inteiro, e só então começava a desenhar. Por vezes era capaz de realizar 2 e 3 quadros, outros dias, quando a vontade e a imaginação não surgiam, fazia 1 ou limitava-se apenas a ver o mar e os pequenos barcos pela janela do seu espaço, aguardando que alguma ideia lhe caísse no pensamento.

Foi só um cheirinho ainda há mais para contar.

O Poeta

El Patronito o Ardina

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Darling

Era uma Lagarta.

Era uma Lagarta, que passeava lá no meu jardim. Por Deus!, não podia com ela, e dela pouco gostava.
Ora, não é que a malandra comia-me as folhas todas daqueles rebentos que eu havia plantado no verão; que cresciam sãos e fortes, davam frutos maravilhosos e que odorizavam um magnífico aroma a “natural”, a fresco.
Enquanto as minhas plantas cresciam sãs e fortes, também ela crescia proporcionalmente; a safada engordava tanto como engorda um bacorinho apaparicado. Não seria de esperar outra coisa, com a qualidade das folhas com que ela se alimentava.
Deixou-me doido, e sinceramente já não sabia o que fazer com a patifa; mordiscava-me as folhas de uma maneira que mais parecia um corta-relvas. Dei por mim a puxar os cabelos, a pensar numa forma de travar a fedelha. Mas no entanto jamais!, ousei sequer pensar, ceifar-lhe a vida, embora tivesse experimentado tudo para que ela muda-se de casa: repelentes naturais, cortar umas folhas, borrifa-las, tudo! Mas não, a malandreca lá ficou. Assim, não o fez e lá permaneceu, forte, hirta, crescendo nas folhas como cresce um catraio no auge da sua criancice
A miúda devastou-me a maior parte das folhas que lá havia, desde as miúdas às graúdas, poupou cuidadosamente a mais bonita, para se refastelar sob a sua sombra, e fazer lá o seu casulo.
E passados 2 meses, sair da sua toca como uma linda borboleta.
Apesar de linda queria ser esperta, pois queria lá instalar as suas 100 filhas descendentes que haveriam de me devastar ainda mais as couves. Aí sim! Sem pensar duas vezes, comprei um repelente também ele natural, que não magoa ninguém, para ela não as por lá. Não chegou a por. No entanto daquele casulo branco e redondo saiu uma bela borboleta, não haja dúvida disso, parecia até uma fada.
Não havia manha ou tarde solarenta que ela não estivesse na minha varanda, quantas vezes me levantei sonolento para a ver, quantas vezes ao lado dela bebi o meu leite aquecido, com mel, enquanto ela aquecia as suas asas coloridas ao sol. Nada me deixava mais alegre e contente do que vê-la ali. Era como se ela, todas as manhas, me desse os bons dias.
Mas por momentos, a borboleta ergueu-se e metamorfose, mesmo, numa fada: vestia uma túnica vermelha, carregada de uma beleza transcendente, suas assas eram frágeis e translúcidas, o seu cabelo ruivo, pendia encaracolado sobre os seus ombros, e a franja caia na face, quase escondendo os seus magníficos olhos azuis. Ela toucou-me com a varinha de condão que era um singelo ramo de uma folhagem, como se estivesse a proporcionar-me um desejo. E depois? Depois desapareceu. Tudo não passara de um belo sonho. A lagarta, estava lá sim, a comer-me as folhas sim, tornou-se numa borboleta esplendorosa sim, e ainda hoje passa-me no parapeito para me dar uns bons dias, mas não era fada. A borboleta era tão bonita que a tomei por uma fada e só e só Deus sabe quanto eu necessito de uma fada. Só Deus sabe, quanto o mundo carece de fadas.


O Poeta

Um bem haja e um FELIZ ANIVERSÀRIO.

El Patronito o Ardina

terça-feira, 4 de maio de 2010

At the Pharmacy

Entrou um senhor a assoar-se. Não parecia engripado, mas com certeza que alguma alergia primaveril o tinha atacado. Talvez fosse Sinusite! Dor de cabeça, seios nasais entupidos, mal-estar, alguma tosse. Sim! Era o mais provável.
Ele entrou na farmácia, onde após ter retirado a senha numero 57 foi logo chamado.
- Ora boa tarde. Que deseja? – perguntou a farmacêutica. Uma jovem esbelta de olhos azuis e cabelo encaracolado. Media talvez 1.56 metros, de tal forma que a bancada dava-lhe pelo peito, e dispunha de uma simpatia muito incomum no ser humano.
- Boa tarde! - avançou o senhor com um ar lastimável derivado da alergia que o incomodava - Queria uma caixa de aspirinas, um descongestionante nasal, e um vaporizador nasal… Ah! e era também uma caixa de felicidade.
- Tem prescrição para a felicidade – perguntou a farmacêutica
- Tenho sim senhora. Aqui tem. – respondeu o senhor mostrando a receita médica.
- Quer genérico?
- Sim pode ser. Mas que tipos de administrações tem para a felicidade?
- Bem para a felicidade, temos vários produtos é pena é ter que ser vendido com receita médica pois fazia jeito a muita gente. Temos em gel, o Happytil e em drageias o Happynax.. Eu costumo aconselhar as drageias, que é o que aqui tem prescrito, uma caixa de 30, embora tenhamos de 60 também. Há também em pomada Happydazina e em xarope o Happysolvon. Em genérico temos o Happyfene… ora aqui tem.
- Sim! Parece que o Happyfene está bom para mim.
- Vai levar então o genérico?
- Sim, sim… Mas olhe, está ali um na montra também, aquilo é o que?
- Ooh! Aquilo é Happyxigen. É o mesmo mas em ampolas, é mais suave, para pequenas quebras, ou mesmo para evita-las.
- Este medicamento tem muita saída. Não é? – perguntou o senhor adoentado.
- Nem imagina. Ainda há o Happygodil, é mais suave, prescrito geralmente para crianças, e o Happylstar, mas esse não vendemos aqui. Isso é soro, só é administrado nos hospitais, em urgências, e em pessoas já mesmo desesperadas.
- Vocês têm cá de tudo! – afirmou o senhor
- Sem dúvida. Neste medicamento há de tudo, nem imagina. Olhe! há até rebuçados medicinais que costumam ter muita saída no Inverno. O Happyard. Que levar um pacote não precisa de prescrição para os rebuçados.
- Não obrigado! Fico só com o genérico, o Happyfene.
- Então aqui tem: o Happyfene, a caixa de aspirinas, o descongestionante nasal e o vaporizador. Você não bebe? – perguntou a famaceutica
- Apenas socialmente. Vai me convidar para um copo? - gracejou o senhor
- Nem por isso é só para não beber enquanto estiver a tomar o Happyfene. Mas tem as recomendações no folheto informativo do medicamento.
- Agora apanhou-me bem.
- Não se preocupe veja se melhora e depois passe cá para comprar os rebuçados Happyard, e então falaremos.
Ao dizer isto a Farmacêutica entregou-lhe os medicamentos e piscou-lhe o olho, para depois lhe indicar:
- Pode pagar ali na caixa.
- Obrigado…resto de bom dia.
- As melhoras! – desejou a farmacêutica.
- Obrigado, muito obrigado.
O senhor melhorou, voltou a farmácia para comprar os rebuçados, e lá estava ela de novo. Falaram por algum tempo mas como ela estava a trabalhar combinaram um café para depois.
O que aconteceu a seguir? Bem! Isso já é outra história.
No entanto era bom, que a felicidade se comprasse em caixas de comprimidos, em qualquer farmácia.

Um bem-haja

El Patronito o Ardina

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Faz me um favor?



Vamos fugir daqui, deixar tudo para trás, partir conscientemente. Agarra naquilo que te for mais importante ou, agarra simplesmente naquilo que te vier á cabeça e partamos. O ímpeto chama. Vamos fugir daqui. Vens comigo para… para qualquer lugar. Pousa o grosso livro do trabalho ou da faculdade. Liberta-te de todos os problemas e receios, leis e preconceitos. Despe essa faceta de doutora, de civilizada, desprende-te da rotina e de compromissos, liberta-te da sociedade. Tira o casaco onde assentam nos ombros os cabelos finos, tira a camisa branca que descreve os teus seios e veste uma T-shirt. Vamos fugir daqui, deixar tudo para trás. Veste uma camisola e um blusão, é possível que faça frio. Mas vamos fugir daqui. Descalça esses sapatos de salto alto, descansa os pés por um bocado, massaja-os e deixa-os respirar, podes até colocá-los numa bacia de água morna, depois calças uns ténis. Vais ver como te vão ficar bonitos, vais ver como os teus calcanhares vão ficar mais leves, mais energéticos.
Desfaz-te da carteira, do excesso de dinheiro; queima os cartões de crédito que te prendem a uma vida de consumismos, de dívidas e de problemas. Porquê deitar-me descontente nesta civilização, se posso ser feliz noutro lado qualquer; na natureza, sem regras, sem leis, só aquelas milenares que comandam o mundo á milhões de anos. Anda, vamos fugir daqui.
Apanhamos um autocarro, boleia de um carro, podemos até ir de barco; para qualquer sítio. Pode ser um qualquer lugar acabado em aska: tipo Nebraska. Olha! Podíamos ir para o Alaska. Comprávamos uns casacos grossos como os dos esquimós, abraçávamo-nos um ao outro enquanto esperávamos ao frio por um carro que nos levasse a um qualquer albergue. Tenho uma ideia! Caminhar… podíamos caminhar para um albergue ou mesmo para bem longe. Só as nossas sombras serviriam de companhia, caminhariam connosco sob o sol do meio-dia. Caminharíamos na neve da Oceânia ou da Antárctida marcando o caminho com as nossas pegadas. Podíamos calmamente ver os alces, e ver a neve a cair. Atirar bolinhas de neve um ao outro, e sentados no telhado do albergue, podíamos ver as estrelas, talvez lá passasse uma cadente, á qual podíamos pedir um desejo, do género “felicidade”. Puff! Ela é tão difícil de encontrar mas enquanto passeávamos, com ela podíamos sonhar. Sonhar não cobra imposto não é verdade.
Vamos fugir daqui, como um livro de aventuras, estilo Tom Sawyer ou O Menino dos calções pretos. Iríamos para um lugar calmo, não haveria muita gente, nem muito barulho, nem muita azafama escravizada. E porque não! Vamos fugir daqui, deixar tudo para trás.

El Patronito o Ardina

sexta-feira, 16 de abril de 2010

América



"Oh what a rain that falls!" I thought to myself, waiting at the stop by the first bus that came. I was soaked, from head to toe, but the rain kept on falling, falling in sheets from the shops, the drippings fall from roofs, falls in crates, cans scattered abandoned streets, on the tarmac and on top of any head that had strayed without an umbrella, but it did not bother me, really not. Finally! Came a bus, i picked it up, since anyone served me. Was only for a walk to get warm and shelter me a bit of rain.
"But where does this go, i’ve not seen the number? What is the destination of this bus? "I asked again to myself. Maybe for America. Oh God! How I wanted to leave this cursed country. Maybe go to America.
The driver seemed to be emigrant, although he spoke Portuguese he had na funny accent. His accent seemed to come up ... of ... of, perhaps of America. Oh ye! how great is America.
"Come to me weary masses, poor and confused yearning to breathe free. Come to me, the homeless, those in the storm. I guide with my torch. "But ... where did I ever hear this? Oh ye! I know; the Statue of Liberty. ... That one yes, from America. Oh legs! as I wanted to carry me away from this unfortunate country. Maybe to America.
I had the feeling of being the only one in the bus, no ... actually there was more. Behind me, a few seats further back, rested a Chinese, a Luso-Chinese to be more precise, along wiht a bag, and back there, even in the background, there was a black man. Where do they go? Maybe to America.
Moreover I question myself on this day of heavy rain where I caught a bus to nowhere. Why? It's simple. Bentley, Heinz, Hoover, Statue of Liberty, and more; much more. Oh God! How easy it is to be a writer in America. Life is alright in America. Writing the book of America. Drinking a beer in America. The Sun always shines in America.
Smoking cigars in America. Breathing the air of America. Navigate the ships of America. Life Can Be bright in America
Why not ...? Go to America.

El Patronito o Ardina

Tradução

América

“Ai que chuva que cai!” Pensei eu com os meus botões, aguardando na paragem pelo primeiro autocarro que chegasse. Estava encharcado, da cabeça aos pés, no entanto a chuva não parava de cair; caia nos toldos das lojas, caia das goteiras dos telhados, caia nos caixotes, nas latas abandonadas espalhadas pelas ruas, no alcatrão e em cima de qualquer cabeça que se vagueasse sem guarda-chuva, mas já nem me incomodava, a sério que não. Enfim! Chegou um autocarro; apanhei-o, pois qualquer um me servia. Era para dar uma volta, para me aquecer um pouco e refugiar-me um pouco da chuva.
“Mas para onde é que este vai, nem lhe vi o número? Qual é destino deste autocarro?” Perguntei eu, novamente com os meus botões. Talvez para a América. Ah Deus! Como queria eu sair deste amaldiçoado pais. Talvez ir para a América.
O motorista pareceu-me emigrante, embora falasse português possuía um sotaque cerrado. O Seu sotaque parecia surgido … da…da; talvez fosse da América. Ah pois! como é grande a América.
“Venham a mim as massas exaustas, pobres e confusas ansiando por respirar liberdade. Venham a mim os desabrigados, os que estão sob a tempestade. Eu os guio com minha tocha.” Mas… onde é que eu já ouvi isto? Ah! já sei, a estatua da Liberdade. Aquela… sim; lá da América. Oh pernas! como queria eu que me carregassem para longe deste malogrado pais. Talvez para a América.
Tinha a sensação de ser o único no autocarro; não… havia mais até. Atrás de mim uns assentos mais atrás, descansava uma chinesa; uma luso-chinesa para ser mais preciso, ia com uma sacola, e lá atrás, mesmo no fundo, havia um negro. Para onde irão? Talvez para a América.
Mais ainda me questiono neste dia de chuva intenso onde apanhei um autocarro para nenhures. Porque? É simples. Bentley, Heinz, Hoover, estatua liberdade e muito mais. Oh! como é fácil ser escritor na América. Life is alright in América. Writing a book in América. Drinking a beer in América. The Sun always shines in América.
Smoking cigars in América. Breathing the air of América. Navigate the ships of américa. Life can be bright in América
Why not…? Go to América.

Bem... Tentei uma experiencia nova, esperemos que gostem estimados leitores. Pois sempre que tenham qualquer coisa, que queiram sugerir, poderão enviar um mail. Serei sempre; todo ouvidos. Um Bem-haja.

El Patronito o Ardina.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Pois se tentei!


Tentei. Sem dúvida que tentei, e continuo a tentar. Ah pois é! Digo eu, passando a mão sobre o cabelo. Tentei dar-me com os ricos e com os pobres, dei-me com os betinhos, os diabos, os marginais e os malucos, e de facto consegui conhecer um número grande de pessoas, mas o mais importante não consegui. De facto tentei; oh se tentei.
Dei-me com miúdas malucas, dei-me com miúdas inteligentes, dei-me com miúdas bestiais, dei-me com miúdas ricas, dei-me com miúdas burrinhas e as choronas também. Dei-me até com aquelas que posso dizer de merda. Mas o mais importante, não consegui. Mas tentei. Credo como tentei!
Vou passeando pelas ruas encontrando gente de todo o tipo; conhecidos, desconhecidos, os mauzões, os freaks, os mendigos e os bêbados. Passei por 30 mil tascas e restaurantes pedindo sempre o mesmo: cerveja, imperial, birra, média, fino, loira, a fresca. Encontrei de tudo; de tudo mesmo! Mas aquilo que mais procurava: não encontrei. Ah mas tentei, Deus sabe que tentei.
No entanto parece quase impossível. Embora não compreenda porquê? mas é quase impossível. Pessoas que me dizem: “Pareces-me cansado» e não haja dúvida que me canso de procurar, com estes olhos encavados na cara, ossos a sobressaírem da cara, olheiras do tamanho de um asteróide e com uma tristeza superior á de Romeu pela Julieta.
Pois sem dúvida que tentei; encontrar alguém que se identificasse comigo. Mas a verdade é que não há ninguém e, até o mais cómico desta crónica, é o facto de continuar a tentar… em vão provavelmente. Mas não deixo de imaginar… de ouvir aquele sussurro, próximo do ouvido, que me diz: “ Um dia vais ser grande”. Se sim, se não: só o futuro o dirá. Mas até lá, continuarei a tentar.


O Poeta

El PAtronito o Ardina

terça-feira, 23 de março de 2010

Este ano não vai haver Cravos. Capitulo 6 parte 4

Na igreja o frade acabava de soar as badaladas do meio-dia nos carrilhões, depois de ter descido a enorme escada em caracol, sentou-se cansado no segundo largo banco a contar do altar; ele não rezava, alias, ele rezava a toda a hora, mas neste momento descansava sentado no banco a pensar na vida. Na fila paralela mais atrás - talvez umas 6 cadeiras - estava ele.
Sabe!... – Disse ele apanhando o frade desprevenido - nunca pensei ter tantas semelhanças com ele.
Óh… estavas ai, nem reparei. Estive a soar a cantilena do meio-dia; às vezes parece que estes velhos compadres falam comigo. Bem, se falassem haveriam de ter muito para dizer - disse o frade referindo-se aos sinos - mas creio que não vieste cá para falar de carrilhões. Conta-me lá o que te melindra. – finaliza o Frade.
Ele, que estava uns seis bancos mais atrás, levantou-se e dirigiu-se ao Frade para se sentar com ele em frente ao altar:
- O meu pai lutou na colonial mas reformou-se antecipadamente pois não concordava com ela – disse ele sentando-se ao lado do Frade.
- Bem partilho da mesma opinião; guerra, morte e sangue não justificam os fins da ganância.
Mas há desentendimentos.
Sem dúvida; discordar é uma liberdade incondicional do ser humano – Afirmou o Frade.
Eu não sou má pessoa – disse ele – não percebo como as vezes me vêem como tal. Às vezes tenho a sensação que esta guerra é só, e apenas minha.
Sabes! És um rapaz inteligente, pronuncias palavras e conceitos brilhantes, se te conhecesse ainda novo, tentaria fazer de ti um padre. A tua Mãe costumava dizer que quando nasceste, uma freira olhou para ti e disse que ias ser padre. Ha ha – riu o frade – a vida dá muita volta, mas não acredito que o teu destino esteja confinado a seres mais um escravo desta sociedade governada pelo capitalismo. Mas que percebo eu disso, limito-me aqui a ler a bíblia e a reflectir sobre a vida.Passo o meu tempo a falar com os meu camaradas lá de cima, -os carrilhões - com deus, com os fieis, com as paredes, os frescos, os azulejos. É…! Isso pode parecer monótono para alguns mas no entanto, “Não é o que planta o agricultor que faz dele, um bom agricultor, é a atenção que ele dá as suas plantas, seja ela qual for.
- Ora Frade! Pode parecer insignificante a sua função mas acredite que tem, bem mais utilidade que muitas outras que ai andam.
- O teu pai sempre aqui esteve. Era daqueles que falava com toda a gente do bairro, todos o conheciam. Tinha sempre um sorriso na cara e um bom dia para nos dar. Tu herdaste muito dele. Até mesmo essa atitude que tens. É bom olhar-te e ver muito dele em ti.
- Obrigado frade pelo tempo que lhe roubei – agradece o jovem
- Ora ora, não me agradeças! Fico até contente que apareçam aqui pessoas.
- Como podia eu não lhe agradecer. Vim aqui melindrado com os meus problemas, desabafei e desafoguei, velando apenas por mim e nem lhe perguntei se precisava de ajuda para alguma coisa.
- Ora bem que falas nisso, preciso sim! Preciso que acendas uma vela para te iluminar o caminho.
- O frade é único sabia disso? - Disse ele dirigindo-se ao altar.
- Capitão! Não te percas no caminho.
- Perdido, já eu estou há muito tempo, tenho é que me encontrar - Suspirou o Capitão dirigindo-se á saída.
Na sede, caracterizada por ser um prédio velho e decrépito, o capitão entrou e todos aqueles “ocupas” se alegraram de o ver. Todos eles achavam o Capitão, uma pessoa bondosa. Igualmente, Capitão os cumprimentou, sempre com um sorriso na cara até ao chegar ao último andar onde todos os seus colegas o esperavam:
- Onde está a Jenny? – disparou Max
- Estou aqui, não te preocupes! – Declarou Jenny entrando na sala e pacificando o ambiente de tensão que se sentia nela.
- O que andaste a fazer este tempo todo? Andámos todos preocupados com vocês.
- Estou aqui, não estou? Nada se passou comigo. Estive na choça, só isso.
- Isto está a ficar fora de controle. – Avançou Freddy.
- E de que te queixas irmão.
- Não me chames irmão!… O meu problema é que uma já foi presa, o que poderá acontecer a seguir. Andamos aqui a brincar ao Che Guevara como criancinhas. E na verdade, nada fazemos, senão brincar. Isto é tudo uma ilusão.
- Consegui os pescadores…que tal isso para ilusão.
- Como? – replicou Freddy abismado
- De Cascais e de Sesimbra. Conseguias fazer melhor?
- Não isto já esta grande demais.
- Agora vou descansar, não durmo bem há dias. È melhor aproveitar agora antes que surja outro qualquer problema.

Capitão Caguinchas

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El Patronito o Ardina

quarta-feira, 17 de março de 2010

Este ano não vai haver Cravos. Capitulo 6 parte 2

O moço correu como nunca tinha corrido, e atento entrou num prédio abandonado onde apenas lá residiam “ocupas”. O prédio abandonado era velho, tanto ao nível de estrutura como de arquitectura. Era um daqueles prédios caquécticos mas que ainda se aguentam em pé e que a câmara municipal prefere vê-lo cair com a idade, dentro de uma dezena de anos, do que pagar uma demolição controlada ou um dispendioso restauro. Coisas de políticos!
O moço correndo exaustivamente subiu as escadas daquele prédio velho e encontrou-se com ele.
- J… Jenny, Capitão - afirmou o rapaz ofegante - Jenny está presa capitão
- Como presa?
- Foi hoje, de madrugada… também só soube há pouco, disse-me o marginal.
- Epá, só faltava mais esta! – Exclamou o capitão, levando a mão à cabeça. – Que caso bicudo. Que está a fazer o Luís.
- Está no norte meu capitão, a tratar da filial de Vila Nova de Gaia
O sol já tinha raiado na totalidade, já era dia e o Capitão não dormira a noite toda, melindrado com outros assuntos de extrema importância, agora não iria dormir de qualquer das maneiras, pois não parava de pensar na detenção de Jenny.
- E o Bobby ainda está na Noruega. - Perguntou o Capitão.
- Sabes bem que sim, ele está embarcado.
- Mas temos o Daniel
- Ele está no Alentejo na RAP… Não temos ninguém Capitão – afirmou o moço exaltando-se – ninguém!
- Acalma-te rapaz, o nervosismo e ânsia não levam a lado nenhum quanto mais estares irritado. – Apaziguou o Capitão - Eu sei o que vamos fazer, consigo-a tirar de lá em pouco tempo.
- E se lhe acontece alguma
- Eu creio que a Jenny consegue passar um ou dois dias na choça…Telefona á Tatiana e diz-lhe que é urgente diz que … o barco meteu agua e não pode sair do porto. Diz-lhe também que este ano não vai haver cravos… tá de chuva. Vais ver que ela virá logo. Com a Jenny, não te preocupes nem sequer vás lá falar com ela. Deixa miúdo… eu trato disto.
- Sim capitão, sabe que sempre o tive em grande estima perdoa-me se as vezes penso mais com o coração do que com o miolo
- Deixa rapaz, por vezes também me acontece isso, não te preocupes, foquemo-nos em coisas mais importantes. – Enquanto falava, olhou a janela pensando em quantas vezes tinha prevalecido o coração por alguém que estava lá fora, mas o destino quis que ele cá ficasse, no seu país malfadado, numa capital amaldiçoada.
- Como está a rádio e o nosso correspondente na Alemanha – perguntou o Capitão
- Está tudo a andar, não te preocupes. A Rádio está porreira, temos correspondentes quase em todo o lado; Alemanha, Holanda, Espanha, França até no Alaska.
- É preciso ter estaleca para estar no Alaska, talvez passe por lá um dia destes.
- Miúdo vai á tua vida, já fizeste demais, vai lá descansar que precisas, fica alerta pois qualquer coisa acordo-te
- E o meu capitão quando vai dormir? – Perguntou o moço – Não dormiu a noite toda
- Quando acabar de ver estes documentos
O moço saiu da sala e desceu novamente as escadas voltando a rua, o Capitão olhava a janela enquanto pensava metaforicamente: «Também estou cansado, mas não posso dormir agora, durmo quando cair neve em Lisboa. Lutarei até morrer.»

Capitão Caguinhchas

Pois o tempo não me tem ajudado a conseguir escrever as crónicas no jornal, pedi ajuda a um amigo para escrever uma. Espero que gostem. Um Bem-Haja Capitão e um esperançoso Kumbaya para todos os leitores.

El Patronito o Ardina

terça-feira, 9 de março de 2010

Bem vejo

Bem vejo que por aqui têm passado, mas infelizmente o trabalho e outros constrangimentos consomem-me uma elevada fracção de tempo. Apenas posso garantir que aguardem mais um pouco, caros leitores, pois prometo por novos posts muito em breve.

Um valente Kumbaya para todos

El PAtronito o Ardina

sábado, 13 de fevereiro de 2010

May you build a ladder to the stars


May God bless and keep you always
May your wishes all come true
May you always do for others
And let others do for you
May you build a ladder to the stars
And climb on every rung
And may you stay forever young
May you stay forever young.

May you grow up to be righteous
May you grow up to be true
May you always know the truth
And see the lights surrounding you
May you always be courageous
Stand upright and be strong
And may you stay forever young
May you stay forever young.

May your hands always be busy
May your feet always be swift
May you have a strong foundation
When the winds of changes shift
May your heart always be joyful
May your song always be sung
And may you stay forever young
May you stay forever young.

(B. Dylan)

Esta foi tirada por mim. Incrivel não é? A sensação de leveza que ela transmite; de serenidade, de beleza, de todos os ajdectivos sinonimos de apaziguador. Adoro esta foto! Podia ficar um bom par de horas, só a olhar para ela.
Que ela vos embale a alma, tanto quanto afaga a minha.

El Patronito o Ardina

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Dont go!

De 23 para 24, a noite, ofereceu-me uma panóplia de pesadelos. Pensei: “Começo bem a véspera de Natal”. Sonhei com muita coisa que me fez acordar e adormecer novamente mas o pior deles foi este: Estava a sair do emprego quando vi o Shane Macgoan com a sua bebedeira usual a cantar na praceta. “Adoro o Shane” comentei eu com os meus botões “vou-lhe pedir um autografo” magiquei eu. Tentei correr para ele enquanto ele mandava umas asneiradas porque o público não estava a reagir, dos ouvintes que lá estavam, ninguém ligou ao génio do Shane; era de presumir que pensassem que ele estaria acabado… Nunca! Não o Shane, ele nunca, mas no entanto, embora parecesse que estava perto de onde ele cantava parecia contrariamente bastante longe e corria como nunca corri. Olhei novamente e vi que ele arrumava as coisas enquanto corria que nem um doido.
Pois corri ainda mais; corria nunca corri, chorava como nunca chorei, já estava perto mas nunca estando perto e gritava também como nunca gritei, rouco, a chorar e ofegante: “Shane dont go” “Shane please, dont go, wait a moment please” “Oh God… please Shane dont go”. Posso garantir, caro leitor, que não consegue imaginar o meu desespero naquele momento enquanto corria enquanto chorava e enquanto gritava. Shane Macgoan arrumava a sua voz enquanto os outros arrumavam o banjo, a guitarra, o acordeão, a gaita-de-beiços, o tamborim entre outras tantas coisas que arrumaram depois de executarem um singelo concerto mal sucedido e mal apreciado, mas este miúdo… este miúdo adora o Shane. Bêbado ou sóbrio, ele adora o Shane.
Poucas pessoas estavam lá a ouvi-lo, posso dizer que nem sequer contaria 20; ninguém aplaudia, ninguém cantarolava, ninguém sequer vaiava Shane e eu que corria mais rápido que uma locomotiva, chorava mais lágrimas que o Niágara e gritava mais alto que 1000 homens, ele a mim não me ouvia.
Ao público que inertemente o ouvia, ele só bradava: ”Fuck off. Fucking bastards, FUCK YOU” e eu, que só lhe queria um autógrafo, ver-lhe a cara; nem conseguia lá chegar, porque este miúdo adora o Shane… simplesmente adora o Shane. Enfim, ele arrumou as coisas e já estavam todos de saída, foi ai que cheguei àquela multidão – se é que se poderá chamar àquele aglomerado de multidão – de 20 pessoas, mas mais um contratempo se impôs; Shane Macgoan já estava a por as coisas na carrinha. Eu, sem pensar, fui direito ao carro, limpando as lágrimas que me caiam dos olhos e se acumulavam no maxilar inferior com a manga, continuava a gritar: “Com’on shane don’t go please”. Chorava como se não houvesse amanha, só queria um autógrafo e talvez ver-lhe a cara, mas ele não parou, continuava a dizer asneiras como sempre fez, vaiava o público como sempre fez, chamava nomes e praguejava asneiras vezes e vezes sem conta como sempre fez, enquanto entrava dentro do carro. Ainda toquei no carro, bati no vidro, mas não parava de gritar: “Shane please”
Enquanto lhe via a cara no vidro do carro, corri mais rápido e pus me à frente do carro que parou por instantes, eu continuava a chorar enquanto o carro parou. Eu só queria um autografo. Mas o carro desviou-se e continuou o seu caminho. Pus as mãos a cara e praguejei: “ Fuck no Shane fuck no. Why Shane? Why? Why did you go Shane. Shane! Shane Mac”fucking”goan ”. Chorei durante mais 3 minutos, sensivelmente, e então acordei suado. Pus um álbum do Shane mMacgoawn a tocar - um de todos os álbuns que lá tenho - só para saber que ele estava lá, na minha prateleira.
Não recebi o autógrafo do Shane mas este miúdo continua a adorar o Shane Macgoawn.

É de facto um sonho um pouco estúpido, talvez alguém me consiga explicar o que significa. Mas entretanto se acharem mesmo, realmente estúpido, esta pequena história, compenso-vos na próxima crónica.

Um enorme bem-haja

El Patronito o Ardina

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Carissimo

Estimado Mandela

Eu tive um sonho uma outra noite, sonhei que lhe falava e que o senhor me escutava, eu estava vestido com a minha melhor camisa preta e acompanhado da minha melhor gravata enquanto o estimado fazia-se acompanhar apenas da sua humildade e naturalidade. Falávamos de coisas casuais como: o estado do mundo. Falávamos do clima e da cimeira de Copenhagen e de como fazia temperaturas negativas no meu país. Falávamos de coisas triviais: como a paz do mundo; adorei o seu sorriso sarcástico quando sarcasticamente mencionei a paz no mundo como sendo um assunto trivial. Mas discutimos tudo e mais alguma coisa e talvez o que eu precise mais é de uma lição sua, tal como de tantos outros pacifistas já enterrados ou ainda por enterrar. Falava-lhe da minha necessidade de servir o mundo e marcar a diferença. Falámos um pouco de religião mas não entrámos muito por esse campo. Comentámos o poder de cada pessoa, como individualidade, para salvar o mundo; lembro-me de o caríssimo ter feito uma analogia que me deixou bastante tranqüilo na sua presença. “Há pessoas que para salvar o mundo basta um penso rápido; outras, força; outras, revolução; outras, fadinhas e milagres; e para pessoas especiais como o jovem, basta, um punhado de palavras escritas ou faladas. Mas o que todos têm que ter essencialmente é vontade. Você tem algo jovem não desanime.”
Pois essas palavras ficaram-me na cabeça, pois, para salvar o mundo, para promover a paz e os direitos humanos ou mesmo egocentricamente o meu bem-estar ou dos meus amigos, a única arma que possuo é a caneta. E o Caríssimo voltou-me a impressionar com esta frase clichê mas no entanto maravilhosa: “ A caneta é mais poderosa que a espada”. Uhhhh! Tenho tanto para contar mas o tempo é tão pouco. No final desta pequena reunião dei-lhe um presente: dei-lhe duas garrafas de vinho Porto e disse-lhe também o seguinte: “ Estimado Mandela tenho uma oferta proveniente do meu país, uma substancia única “Port Wine” e passo a explicar porque são duas. A primeira era para o caríssimo degustar na companhia dos seus familiares em ocasiões especiais, a outra é para eu e o caríssimo brindarmos quando se concretizar algum passo que nos faça estar mais perto de salvar o mundo.” Por ultimo apos o carismático ter recolhido as garrafas ele disse-me o seguinte: “ Dont let anyone tell you; you can´t do it. Because you can!”
Foi uma bela reunião, foi um belo sonho quem dera que todos o assim fossem. Cada dia que passa, que chegue a casa, sem que a sociedade não me torture com as suas regras de boa conduta escravaturial e que possa dormir em paz é uma batalha ganha na vida. Um Bem haja Caríssimo Mandela

É incrivel como em alduns dias matutamos penosamente sobre o que havemos de escrever e outras, sai-nos simplesmente algo com algum sentido.

O Poeta

Um Bem-Haja meu bom amigo poeta.

El Patronito o Ardina

sábado, 9 de janeiro de 2010

Which one wil prevail?

I have the strong felling that half the world hates me or simply doesn't like-me. But i have a small notion that the other half really loves me. I'm confused about which one will prevail.

El PAtronito o Ardina