terça-feira, 28 de outubro de 2008

I used to have a smile part 2

Comecei pelas Índias as amazónias. Sai da cidade onde a energia se concentrava negativamente e a paisagem era saturante. Tinha que sair; tinha mesmo que sair, já andava a ficar deprimido com estes ares citadinos de indisposição aguda, pessoas carrancudas e arrogantes. Carreguei a mochila de mantimentos, ouvi uma última musica “Oh Criança” da autoria de uma respeitosa senhora de quem preso muito a sua arte; recordei-a para manter a mente ocupada e segui. Sai do prédio, afastei-me dos vizinhos, da cidade daqueles zombies que se dizem passear na cidade para ir trabalhar, e fui deixando tudo para traz. Cheguei as índias; as tribos das amazónias, pois lá tinham os mais bonitos sorrisos que alguma vez vi. Como é tão esquisito quando se tem tão pouco e no entanto possuem a maior das riquezas; talvez seja uma questão de simplicidade. Eles de facto tinham algumas porcelanas barros e uma hospitalidade fenomenal e na língua deles acompanhadas de gesto referiram que dinheiro, ouro, preciosidade é tudo uma maldição. Rimo-nos durante algumas noites bem passadas que lá fiquei de volta da lareira; a luz do dia; ao por do sol; Rimo-nos saudavelmente de tudo é verdade também que vi caras trancadas, sem sorriso, mas a tribo dizia sempre que sorriam mas sorriam de outra maneira pois ali não havia motivos de descontentamento.
Ainda assim não encontrei o meu sorriso.
Continua; Um dia.

El Patronito o Ardina

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

I used to have a smile

Eu costumava ter um sorriso: Diziam que era um sorriso mágico; simples; cativante, enfim, o mais bonito do mundo. Nunca fui menino bonito, aliás sempre meti mais para o feio, mas costumavam dizer que eu era lindo com o meu sorriso; que o meu olhar semicerrado quando sorria era a visão mais bonita no mundo inteiro. A vida roubou-me o sorriso. Que saudades tenho eu desse sorriso; que saudades tem o mundo desse sorriso. Sim diziam que podia conquistar o mundo, só e apenas com esse sorriso. O Mundo corrompido roubou-me essa pequena pérola – a vontade de sorrir. Peguei na mochila e fui procura-lo: ao Tibete; aos Himalaias; as Caraíbas; ao Alasca, Índia, Japão México; Amazónia. Percorri mares e terra á procura dele. Subi á mais alta montanha e desci a mais profunda das grutas. Foi uma aventura estonteante que ainda não acabou. Talvez de uma historia quem sabe?
Entretanto quero deixar um bem-haja a um conjunto de pessoas muito especiais e de quem tive o maior dos prazeres de conhecer. Um Goodspeed a todos eles e que todos seus desejos se realizem.
Eu entretanto irei em busca dos meus. E para matar saudade fica então a foto de um sorriso natural, real, feliz, simpático, simples, sem qualquer tipo de riqueza e no entanto bonito. Tão bonito quanto o maior dos tesouros. Tão bonito que recordo-me longinquamente de sorrisos assim. Obrigado pela recordação.

Não deixem que o mundo deixe de sorrir. Sorria para receber um sorriso. È gratificante vai ver.

El Patronito o Ardina


terça-feira, 7 de outubro de 2008

Escrever

Não tinha o que escrever
Mas tive mesmo que o fazer
Já era madrugada
E uma vontade repentina me assolou
O sol já raiava quando a caneta me chamou
Estava triste estava mal
Inútil nestes pais rural
Este filho da nação
Sofre gravemente de desilusão

Não tinha o que escrever
Mas mesmo assim tive que o fazer
Pois agarrei na caneta
E sem pensar escrevi
Relatei o amor e paixão cega
Constatei a falta que fazes aqui
Estava perfeitamente embriagado
E acima de tudo desanimado

Por isso não tinha o que escrever
Mas gosto sempre de o fazer
Porque só assim me sinto especial
Mesmo que palavras e frases sem sentido
Sejam a base do meu normal
Mantendo o tempo entretido
De uma forma original
Pois mesmo que fosse proibido

Fugiria para o fazer
Só porque gosto muito de escrever
Ouvi sussurros enchendo as ruas
Li pensamentos de pessoas
Pormenorizadamente o grito de alguém
A dizer que escrevo bem
Falo sozinho acreditando na premonição
Dizendo: Tem fé. Vais vencer neste mundo de cão.
Se enfim escrever é a tua paixão

Escreves bem
Grita voando alto a perdiz
Nos bancos de pedra em Belém
Poetizo a desilusão deste pais
Pois é! Estou alcolizado
E estava na hora de estar deitado
De estar sempre traumatizado

Sem sono tive que o fazer
Tive mesmo que escrever
Tanto louco e envenenado
Ou completamente apaixonado
De tanto amar e tanto viver
O amor a paixão e o trabalho
O destino destes pais falhado
Moribundo de tanto sofrer

Por isso mesmo não tinha o que escrever
Mas algo me obrigou a fazer
Pois que a sorte te bata
A ti oh grande escritor
Grita lá do Olimpo o venerado senhor
A este infeliz poeta
Dilema grande que te pesa meu petiz
Pois parece que nunca serás feliz
No entanto é preciso acreditar
E também faze-lo acontecer
Feliz, triste; pobre ou a pensar
O importante é viver
Pois mesmo a chorar
Só ficas contente a escrever
E serás grande sem questão
Desiludido, embriagado e sem um tostão
Se este poema for do meu agrado
Quando sóbrio me sentir
O destino ter-te-á seleccionado
E a profecia ira-se cumprir

Pois se completamente envenenado
Te puseste a escrever
Mesmo não sendo obrigado a fazer
Envenenado…Sim
Pela ironia, arrogância e o dinheiro
A sociedade e a ganância, enfim
Talvez fosse mais feliz sendo marinheiro
Correr nos campos alecrim
Passeando um perdigueiro
Se lá tivesse o jeito
Era sem dúvida perfeito
Acredita jovem lutador
Não há glória sem dor
Certamente serás vencedor
Pois se pregas como um orador
Porque não há-de tu de o fazer
Algum tem que acontecer
Nesse dia serás pago para escrever
E o teu prestígio irá crescer

Em redor do mundo
Irão te pedir
Para contar um conto
Ou uma historia para fazer rir
Oh escritor para de beber
Tu que escreves por lazer
Escreve-me as crónicas de um viajado
Ou simplesmente algo do meu agrado
Algo sobre o mar
Algo com que eu possa sonhar
É prefeito o teu escrever
Mesmo não sabendo como o fazer
Um dia serás pago para escrever
Rico feliz escrevendo apenas por lazer

Tenta não desanimar
Escrever, escrever, escrever.
Sabes bem o que tens de fazer
Pois um dia tudo isto vai mudar.

"O Poeta"

El Patronito o Ardina