quinta-feira, 8 de abril de 2010

Pois se tentei!


Tentei. Sem dúvida que tentei, e continuo a tentar. Ah pois é! Digo eu, passando a mão sobre o cabelo. Tentei dar-me com os ricos e com os pobres, dei-me com os betinhos, os diabos, os marginais e os malucos, e de facto consegui conhecer um número grande de pessoas, mas o mais importante não consegui. De facto tentei; oh se tentei.
Dei-me com miúdas malucas, dei-me com miúdas inteligentes, dei-me com miúdas bestiais, dei-me com miúdas ricas, dei-me com miúdas burrinhas e as choronas também. Dei-me até com aquelas que posso dizer de merda. Mas o mais importante, não consegui. Mas tentei. Credo como tentei!
Vou passeando pelas ruas encontrando gente de todo o tipo; conhecidos, desconhecidos, os mauzões, os freaks, os mendigos e os bêbados. Passei por 30 mil tascas e restaurantes pedindo sempre o mesmo: cerveja, imperial, birra, média, fino, loira, a fresca. Encontrei de tudo; de tudo mesmo! Mas aquilo que mais procurava: não encontrei. Ah mas tentei, Deus sabe que tentei.
No entanto parece quase impossível. Embora não compreenda porquê? mas é quase impossível. Pessoas que me dizem: “Pareces-me cansado» e não haja dúvida que me canso de procurar, com estes olhos encavados na cara, ossos a sobressaírem da cara, olheiras do tamanho de um asteróide e com uma tristeza superior á de Romeu pela Julieta.
Pois sem dúvida que tentei; encontrar alguém que se identificasse comigo. Mas a verdade é que não há ninguém e, até o mais cómico desta crónica, é o facto de continuar a tentar… em vão provavelmente. Mas não deixo de imaginar… de ouvir aquele sussurro, próximo do ouvido, que me diz: “ Um dia vais ser grande”. Se sim, se não: só o futuro o dirá. Mas até lá, continuarei a tentar.


O Poeta

El PAtronito o Ardina

Sem comentários: