segunda-feira, 26 de abril de 2010

Faz me um favor?



Vamos fugir daqui, deixar tudo para trás, partir conscientemente. Agarra naquilo que te for mais importante ou, agarra simplesmente naquilo que te vier á cabeça e partamos. O ímpeto chama. Vamos fugir daqui. Vens comigo para… para qualquer lugar. Pousa o grosso livro do trabalho ou da faculdade. Liberta-te de todos os problemas e receios, leis e preconceitos. Despe essa faceta de doutora, de civilizada, desprende-te da rotina e de compromissos, liberta-te da sociedade. Tira o casaco onde assentam nos ombros os cabelos finos, tira a camisa branca que descreve os teus seios e veste uma T-shirt. Vamos fugir daqui, deixar tudo para trás. Veste uma camisola e um blusão, é possível que faça frio. Mas vamos fugir daqui. Descalça esses sapatos de salto alto, descansa os pés por um bocado, massaja-os e deixa-os respirar, podes até colocá-los numa bacia de água morna, depois calças uns ténis. Vais ver como te vão ficar bonitos, vais ver como os teus calcanhares vão ficar mais leves, mais energéticos.
Desfaz-te da carteira, do excesso de dinheiro; queima os cartões de crédito que te prendem a uma vida de consumismos, de dívidas e de problemas. Porquê deitar-me descontente nesta civilização, se posso ser feliz noutro lado qualquer; na natureza, sem regras, sem leis, só aquelas milenares que comandam o mundo á milhões de anos. Anda, vamos fugir daqui.
Apanhamos um autocarro, boleia de um carro, podemos até ir de barco; para qualquer sítio. Pode ser um qualquer lugar acabado em aska: tipo Nebraska. Olha! Podíamos ir para o Alaska. Comprávamos uns casacos grossos como os dos esquimós, abraçávamo-nos um ao outro enquanto esperávamos ao frio por um carro que nos levasse a um qualquer albergue. Tenho uma ideia! Caminhar… podíamos caminhar para um albergue ou mesmo para bem longe. Só as nossas sombras serviriam de companhia, caminhariam connosco sob o sol do meio-dia. Caminharíamos na neve da Oceânia ou da Antárctida marcando o caminho com as nossas pegadas. Podíamos calmamente ver os alces, e ver a neve a cair. Atirar bolinhas de neve um ao outro, e sentados no telhado do albergue, podíamos ver as estrelas, talvez lá passasse uma cadente, á qual podíamos pedir um desejo, do género “felicidade”. Puff! Ela é tão difícil de encontrar mas enquanto passeávamos, com ela podíamos sonhar. Sonhar não cobra imposto não é verdade.
Vamos fugir daqui, como um livro de aventuras, estilo Tom Sawyer ou O Menino dos calções pretos. Iríamos para um lugar calmo, não haveria muita gente, nem muito barulho, nem muita azafama escravizada. E porque não! Vamos fugir daqui, deixar tudo para trás.

El Patronito o Ardina

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