terça-feira, 6 de julho de 2010

Dear Lord

Preciso de te pedir um favor. Tenho um amigo de um amigo de uma amiga minha, que é amiga de um amigo de um amigo que por sua vez é amigo de uma amiga que é minha amiga. Ora esse amigo de um amigo… bem, tu entendes!
Sabes? Se a vida é um caminho com muitos atalhos; uns piores outros melhores, creio que ele caminha num atalho um pouco escuro, acredito que ele ande um pouco azarado, oportunidades não aparecem muitas, talvez seja próprio dele. Quando ele vir a luz certamente será grande, talvez até lhe careça um pouco de objectivos, ou motivação, dai ele andar “murcho”, perdoa-me a expressão. Coitado já levou tanta talhada na vida!, tenho a certeza que se eu ou tu lhe apontarmos o caminho ele terá um futuro cheio, será certamente alguém que fará a diferença e vingará neste mundo dominado pela ganância.
Hás-de reparar! Ele tem uma aura muito particular, tão positiva quanto o metal mais brilhante da tabela periódica. Só isso acredita que suscita muita inveja nas outras pessoas. Ele é boa peça só lhe faz falta uma das tuas lanternas para lhe iluminar o caminho. Sabes uma coisa? Ele tem um sorriso fantástico, por mais triste que esteja, consegue sempre causar sorrisos nas faces dos mais carrancudos. Creio até que a sua boa disposição teria posto um sorriso na cara de Ebenezer antes mesmo de ele ter conhecido os 3 espectros. Costumo dizer que ele era capaz até, de por um sorriso a um calhau no meio do campo. Preocupa-me contudo; pois tamanha disposição esconde sempre alguma tristeza. Parece que o miúdo chora. Compreende!, não é chorar como chora uma criança. Talvez seja lamentar como lamenta uma pessoa envolta na solidão, em que os seus olhos lacrimejam, mas a sua expressão continua a mesma a avistar o nada, enqunto as lagrimas lhe marcam a face. É esquisito o miúdo mas é um tipo bestial.
Imagina que a época festiva que ele mais gosta é o Natal. Adora todas aquelas histórias dos fantasmas, da menina dos fósforos. Nessa quadra, ele comenta sempre extasiado «Olha lá o Jacob Marley e o menino do tambor, olha os carrilhões e o fantasma do natal passado, que maravilha!». Imagina que ele até leu o conto de natal em Italiano, não deve ter compreendido tudo mas com efeito leu-o de uma ponta a outra, á custa disso, por vezes até gracejava com deleito, «E così, come Tiny Tim diceva: "Dio ci protegga tutti e ci benedica".»
O miúdo é castiço não tenhas duvidas, é inteligente também, só precisa de algo, talvez uma lamparina de óleo para o guiar no escuro.
Sabes!, o derradeiro segredo meu caro, é que ele gosta de escrever histórias para crianças… aliás todo o tipo de historias mas gosta especialmente de fantasiar. Ora olha! Toda a humanidade precisa de fantasia não é verdade? para sair um pouco do “real”, esquecer os problemas. Sim! Garanto-te, o miúdo é inteligente, isso não posso negar e escreve muito bem. Acho que o seu sonho é causar tanto impacto no mundo quanto todos aqueles contistas geniais que se ouvem falar, na minha opinião ele é igualmente genial. Tenho a certeza que irá ter o seu quinhão na história do mundo. Tenho a certeza que um dia há-de ver o mar do panteão nacional.
Caramba, o miúdo é boa peça, só precisa de um empurrão dos teus, para se por andar. Acredita! Ele é especial, assim o considero. Eu adoro o seu sorriso, a sua boa disposição. Por falar nisso; poxa, lembrei-me! Ele é um traquina do pior, parece uma criança, prega com cada partida… só para nos ver sorrir, vê lá! Ele é mesmo assim, é um diabrete de primeira mas tem um coração de ouro, um dia sei que ele há-de vingar só lhe é preciso apontar o caminho certo. Ele é bom sujeito, embora nem todos achem isso sei eu que é. Tem defeitos sem dúvida, mas e então, quem não os tem?
Ele não é má pessoa, apenas está perdido.


El Patronito o Ardina

Sem comentários: