quarta-feira, 19 de maio de 2010

Uma caixa de 36 cores

Era uma caixa de 36 cores de uma marca italiana, cuja fábrica ficava no interior de Toscana, quase perto da fronteira; agora, estavam em Sardenha, numa casa virada para o mar, e com eles o seu proprietário podia desenhar o que quisesse. Sim, eram 36 cores magníficas de lápis de cor aquarela, dos quais se podia rabiscar qualquer esboço, desenho ou retrato, e bastava apenas molhar os traços com um pincel, para lhes dar um extraordinário efeito aguarela, concretizando-se assim quadros maravilhosos.
O seu proprietário era um talentoso desenhista, pintava e desenhava no papel tudo aquilo que a imaginação e fantasia lhe permitissem, era um génio nos lápis de cor aquarela. Conhecia muitos métodos de desenho e apesar de ter variadíssimos materiais, o que ele usava regularmente era o seu singelo pincel e os lápis daquela caixa de 36 cores.
Lorenzo de nome, era um sujeito muito distraído, tinha inúmeros desenhos afixados nas paredes do seu atelier, dezenas de desenhos esplêndidos, alguns deles nem se lembrava ter desenhado. O seu atelier era um espaço desarrumado, típico de um artista e mais característico ainda de uma pessoa distraída. Ele chegava de manha, ao desabrochar do sol e a primeiríssima coisa que fazia era abrir as janelas que davam a vista para o mar, abria-as na totalidade, para entrar a brisa marítima e os raios solares que iluminavam os numerosos desenhos pendurados nas paredes, depois fazia uma caneca de café e ligava o seu pequeno rádio que poisava ao seu lado na grande mesa, transmitindo sinfonias e melodias italianas o dia inteiro, e só então começava a desenhar. Por vezes era capaz de realizar 2 e 3 quadros, outros dias, quando a vontade e a imaginação não surgiam, fazia 1 ou limitava-se apenas a ver o mar e os pequenos barcos pela janela do seu espaço, aguardando que alguma ideia lhe caísse no pensamento.

Foi só um cheirinho ainda há mais para contar.

O Poeta

El Patronito o Ardina

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