
O seu proprietário era um talentoso desenhista, pintava e desenhava no papel tudo aquilo que a imaginação e fantasia lhe permitissem, era um génio nos lápis de cor aquarela. Conhecia muitos métodos de desenho e apesar de ter variadíssimos materiais, o que ele usava regularmente era o seu singelo pincel e os lápis daquela caixa de 36 cores.
Lorenzo de nome, era um sujeito muito distraído, tinha inúmeros desenhos afixados nas paredes do seu atelier, dezenas de desenhos esplêndidos, alguns deles nem se lembrava ter desenhado. O seu atelier era um espaço desarrumado, típico de um artista e mais característico ainda de uma pessoa distraída. Ele chegava de manha, ao desabrochar do sol e a primeiríssima coisa que fazia era abrir as janelas que davam a vista para o mar, abria-as na totalidade, para entrar a brisa marítima e os raios solares que iluminavam os numerosos desenhos pendurados nas paredes, depois fazia uma caneca de café e ligava o seu pequeno rádio que poisava ao seu lado na grande mesa, transmitindo sinfonias e melodias italianas o dia inteiro, e só então começava a desenhar. Por vezes era capaz de realizar 2 e 3 quadros, outros dias, quando a vontade e a imaginação não surgiam, fazia 1 ou limitava-se apenas a ver o mar e os pequenos barcos pela janela do seu espaço, aguardando que alguma ideia lhe caísse no pensamento.
Foi só um cheirinho ainda há mais para contar.
O Poeta
El Patronito o Ardina
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