sábado, 17 de dezembro de 2011

ERA 6




A cana continuava a vibrar, suspeitava que cada minuto que passasse, os peixes lhe roubavam um pedaço da isca, só me era permitido esperar que algum ficasse garrado até trocar novamente a isca.
Já tinha passado uma hora e cerca de 40 minutos desde que tinha lançado a primeira isca. Enquanto a minha mente deambulava, a cana vibrava cada vez mais, era bom sinal, era sinal de que eles estavam a gostar da comida, o que me faz lembrar uma história interessante. É curioso o facto de inúmeros pescadores, sejam eles amadores, semiprofissionais ou profissionais de elite e de grande gabarito, terem técnicas de pesca e rituais completamente distintos, seguindo claro, um padrão: práticas que vão desde o suporte ideal e da cana até ao estralho onde se encontra a isca, verdade! Nem mesmo a isca se escapa a estas experiências. É submetida ao processo "Tentativa-e-Erro", inúmeras vezes, há que escolher a isca mediante aquilo que se pensa pescar, há que escolher consoante a zona onde se vai pescar, há que saber o tamanho do peixe que se pensa pescar, é tudo feito em função do que se pretende apanhar. Há outros rituais de sorte e bem-aventurança que vão desde a colocação do suporte, o boné da sorte, o lançamento pela direita, o colete de pescador, o sininho na ponta da cana e muitos mais, tantas que podia continuar a mencioná-las o resto da noite. São infinitas práticas as que já assisti eu próprio também tenho, a minha mania diz que não é a cana nem a linha, embora façam diferença, mas sim o isco já tentei de tudo e hoje vou tentar mais uma isca nova. Mas continuo a achar que não temos muito controle sobre o apanhamos, uns dias apanha-se 7 ou 10 e outros dias não se apanha pevas. Lá mais para a frente iria experimentar uma isca nova, nada mais nada menos que uma tirinha de fígado de porco, correntemente denominada de isca. Tem a sua graça, talvez este trocadilho venha a fazer a diferença.

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