Não tinha o que escrever
Mas tive mesmo que o fazer
Já era madrugada
E uma vontade repentina me assolou
O sol já raiava quando a caneta me chamou
Estava triste estava mal
Inútil nestes pais rural
Este filho da nação
Sofre gravemente de desilusão
Não tinha o que escrever
Mas mesmo assim tive que o fazer
Pois agarrei na caneta
E sem pensar escrevi
Relatei o amor e paixão cega
Constatei a falta que fazes aqui
Estava perfeitamente embriagado
E acima de tudo desanimado
Por isso não tinha o que escrever
Mas gosto sempre de o fazer
Porque só assim me sinto especial
Mesmo que palavras e frases sem sentido
Sejam a base do meu normal
Mantendo o tempo entretido
De uma forma original
Pois mesmo que fosse proibido
Fugiria para o fazer
Só porque gosto muito de escrever
Ouvi sussurros enchendo as ruas
Li pensamentos de pessoas
Pormenorizadamente o grito de alguém
A dizer que escrevo bem
Falo sozinho acreditando na premonição
Dizendo: Tem fé. Vais vencer neste mundo de cão.
Se enfim escrever é a tua paixão
Escreves bem
Grita voando alto a perdiz
Nos bancos de pedra em Belém
Poetizo a desilusão deste pais
Pois é! Estou alcolizado
E estava na hora de estar deitado
De estar sempre traumatizado
Sem sono tive que o fazer
Tive mesmo que escrever
Tanto louco e envenenado
Ou completamente apaixonado
De tanto amar e tanto viver
O amor a paixão e o trabalho
O destino destes pais falhado
Moribundo de tanto sofrer
Por isso mesmo não tinha o que escrever
Mas algo me obrigou a fazer
Pois que a sorte te bata
A ti oh grande escritor
Grita lá do Olimpo o venerado senhor
A este infeliz poeta
Dilema grande que te pesa meu petiz
Pois parece que nunca serás feliz
No entanto é preciso acreditar
E também faze-lo acontecer
Feliz, triste; pobre ou a pensar
O importante é viver
Pois mesmo a chorar
Só ficas contente a escrever
E serás grande sem questão
Desiludido, embriagado e sem um tostão
Se este poema for do meu agrado
Quando sóbrio me sentir
O destino ter-te-á seleccionado
E a profecia ira-se cumprir
Pois se completamente envenenado
Te puseste a escrever
Mesmo não sendo obrigado a fazer
Envenenado…Sim
Pela ironia, arrogância e o dinheiro
A sociedade e a ganância, enfim
Talvez fosse mais feliz sendo marinheiro
Correr nos campos alecrim
Passeando um perdigueiro
Se lá tivesse o jeito
Era sem dúvida perfeito
Acredita jovem lutador
Não há glória sem dor
Certamente serás vencedor
Pois se pregas como um orador
Porque não há-de tu de o fazer
Algum tem que acontecer
Nesse dia serás pago para escrever
E o teu prestígio irá crescer
Em redor do mundo
Irão te pedir
Para contar um conto
Ou uma historia para fazer rir
Oh escritor para de beber
Tu que escreves por lazer
Escreve-me as crónicas de um viajado
Ou simplesmente algo do meu agrado
Algo sobre o mar
Algo com que eu possa sonhar
É prefeito o teu escrever
Mesmo não sabendo como o fazer
Um dia serás pago para escrever
Rico feliz escrevendo apenas por lazer
Tenta não desanimar
Escrever, escrever, escrever.
Sabes bem o que tens de fazer
Pois um dia tudo isto vai mudar.
"O Poeta"
El Patronito o Ardina
6 comentários:
Qué pasa, Hombre? Lol.
Nada mi amigio. Já voltaste. Tou só a guardar este espaçito para o Poeta. Nao te preocupes a labuta de ardina é pesada mas não me leva a loucura.
É verdade, já regressei do outro lado do Mundo.
Mui Bien - a necessidade da escrita muito bem descrita. Só sabe escrever quem verdadeiramente tem essa necessidade. E isso está muito bem descrito no poema (o qual está muito bom, diga-se de passagem).
A continuar, assim é que é!
PS: A Loucura por vezes é necessária para que o Processo funcione, mas não é nada de grave. Lol, agora já percebi - estavas a fazer uma introdução ao espaço.
Exacto Antonio mais há-de vir os cumprimentos são dirigidos ao poeta eu sou simplesmente o jornaleiro loool. Um grande abraço do:
Ardina
Hummm.... Tens de me explicar melhor isso. Não estarás a ocultar um caso agudo de esquizofrenia, ou coisa que o valha?! Lol. Grande Abraço
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