domingo, 30 de março de 2014

a chegada.

     "A felicidade não era assim tão fácil de conquistar. Tem que ser procurada, trabalhada. Outrora vivia uma vida de classe laborar onde o dinheiro servia apenas para pagar despesas e limitar-me a poucos luxos. Num piscar de olhos passei para o outro lado, onde o dinheiro não me faltava para fazer fosse o que fosse.
    Ter pouco ou muito dinheiro tem os seus prós e contras. Quando tinha pouco andava a contar tostões agora que tenho muito afastei-me de muita gente - ganhei outras sem duvida - e embora não tenha ficado só, era obrigado a admitir que me faltavam certas pessoas a que já estava  habituado à presença. Eram saudades ou simplesmente nostalgia mas lembrava-me das pessoas da minha freguesia, dos inúmeros cafés e bares que costumávamos percorrer fazendo fiado por alturas de final de mês, das confusões que armávamos, das gargalhadas a altas horas da noite.  Mas é tudo tão linear, por isso é que as vezes tirava o fato e gravata, vestia roupa rasgada; a t-shirt sem mangas, o colete manga cava negro e um lenço amarrado ao pulso e ia sentir o punk para os bares que só a minha freguesia tinha, recordando a nostalgia que certos sítios me traziam. Conhecia inúmeras pessoas jovens, adultos , velhos e mendigos entre muitos outros. Agora que tinha a mulher e o gaiato, estava completo mas isso não me impedia de me divertir fosse com eles ou com amigos. Ninguém foge as suas raízes. A minha freguesia sabia sempre receber-me como um filho.

O Capitão.

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