domingo, 8 de janeiro de 2012

ERA 9

Voltei a instalar o isco espetei-lhe um camarão tigre descascado. Decidi por esse, embora na maleta tivesse uma grande variedade de isca; tinha sardinha que podia filetar; tinha lula que podia golpear; tinha camarão tigre e camarão normal conservado em sal, tinha minhoca casulo, tinha uma ou outra amêijoa, e caranguejo não tinha mas podia á vontade apanhar perto das rochas. Montem o anzol intermédio pois tanto podia apanhar um peixe pequeno como um peixe grande geralmente usava material intermédio para abranger varias hipóteses. Lancei ao mar e anotei a hora: eram três e meia da madrugada. A vara não se mexeu durante 5 minutos, vergou então ligeiramente mas nada que me fizesse levantar da areia. Então começou a chover. Bem fui avisado pelos meus amigos que iria chover, por enquanto caíam pequenas pingas, come se o mar tivesse alma e aspejá-se-me agua, como se disse-se “acorda miúdo”, mas sabia que iria piorar, talvez não agora, talvez esta chuva miúda fosse um advertência para algo mais forte, como se quisesse que me fosse embora porque iria cair fortemente. Era inverno e já há mais de um mês que não chovia, não me importava que chovesse agora. Se a natureza dizia para me ir embora eu decidi ficar. Vesti a gabardina para não molhar os blusões, tirei o café que tinha feito em casa e a lata de anchovas e ali fiquei. O mar disse “vai-te” e eu respondi-lhe “não”.

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