domingo, 20 de abril de 2008

A Fuga

Começo a correr no meu bairro
corro tão rápido quanto um carro
corro mais e mais sem nunca parar
continuo até a sombria floresta atravessar
estendo os braços e de repente estou a voar
se tiro um lenço do bolso fico logo a navegar.

É esta sede de não estar quieto
este pesadelo de estar parado
sou assim, extremamente inquieto
sou mais aventureiro que um leopardo

Sou supersónico sou um concorde
em poucos minutos bati o melhor recorde
sou um pateta de um sonhador
sonho por este mundo tentador

moribundo, sem vida
sedento de alegria
enquanto pela estrada corro
sempre sempre sem parar
cobri a cabeça com o meu novo gorro

até se me o fôlego acabar
não parei caminhar
na ânsia de saber quem sou
desde que nasci que me pergunto

A inteligência me amaldiçoou
com essa duvida sem luz no fundo
serei um escritor no seu apogeu?
ou um poeta amargurado,
um sentimentalista embriagado,

quem realmente sou?

Paro e chego a conclusão
és um escritor em ascensão
e sempre com uma exagerada ambição.

Com o vento a bater na cara
A chuva que se acalma
Depois de amainar a tempestade
e diminuir a velocidade,

constatei: que um dia serei alguém. assim que chegar a oportunidade

Pois sou filho de Augusto Freire de Andrade.

O Poeta

El Patronito o Ardina

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