Eu sempre me senti bem ao pé do mar afirmando ao máximo que o único sitio onde me sentiria mesmo bem, seria num barco; de velas, a motor, uma lancha, uma traineira, de pesca, cruzeiro, como queiram. Perguntam-se: conseguiria? Seria ele capaz. Sem duvida que seria capaz. A quem se sinta bem no ar planando e percorrendo um sonho de uma vida. Voar como um pássaro. Ah, no entanto, quem se sinta bem caminhando por vales, estradas, montanhas e riachos como cabritos e há os que como eu, se sentem bem apenas no mar ou num rio como um peixe ou outra espécie de animal aquático. Do mar não tenho medo e a espuma lhe desejo.El patronito o Ardina
Lembro-me perfeitamente de uma harmónica de bolso que ele sempre levava consigo, recordo-me … que ele costumava as vezes embalar-me com a sua harmónica, quando todas as suas histórias de adormecer não resultavam. Ainda lembro esses tempos com nostalgia. Ele também costumava dizer que aquela harmónica ainda em perfeito estado lhe tinha sido oferecida por um mercador também, ele, marinheiro. O mercador ensinou-o a tocar as primeiras melodias e assim que o soprou e aprendeu a tocar, nunca mais a largou. Ele dizia que às vezes o mar estava calmo e o vento também inclusive o sol sorria com todos os seus raios. Nesses dias em que nada se fazia, punha-se toda a tripulação sentada, uns a seguir aos outros em ambas as amuradas e punham-se a tocar quem liderava era o meu pai com a sua harmónica em conjunto com um colega dele com o banjo. Ali tocavam ao sol durante longas horas até o vento mudar ou que o capitão soltasse alguma ordem. 
