terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Happy New Year



   

    It was almost midnight when he got near the meeting point. The Square was crowded. His friends said that they were going to be standing on the second archway from the left, but he didn’t saw any familiar face. The thought of spending the midnight alone, surrounded by a tonne off strange people fell on his mind, after all, there were only seven minutes left for the end of the show, and the beginning of the firework. Never mind that, give us a hug”, and they gave him the most warm and joyful hug a human being can get, and in the middle of kisses and hugs the first rocket exploded as the countdown reached zero. Tones of yellow, blue and orange filled the sky.

      Before all communications failed a message informed him that the group was near the stage so he pierced the swarm of people trying to get close. Time was counting, five minutes left till midnight and he still didn’t found anyone. All people started preparing the celebration: the new-year hats, the champagne bottles, the raisins, the confetti cannons, the sparklers and the cameras. At this time, the big screen was announcing twenty seconds left, and with the blink of an eye it changed to ten. Everybody was ready for the countdown but him. He resigned himself of toasting and seeing the firework alone as the countdown was taking place with the whole crowd shouting. “Ten… nine… eight… seven”, until someone grabbed his arm and called his name: “Edward… Hey Eddie over here!... What took you so long? Never mind that, give us a hug”, and they gave him the most warm and joyful hug a human being can get, and in the middle of kisses and hugs the first rocket exploded as the countdown reached zero. Tones of yellow, blue and orange filled the sky. Everybody smile while admiring the pyrotechnic, some of the sparks crossing above like shooting stars, and then a new one exploded, and then another, and another, and another, and then dozens rockets exploded dividing into millions sparks falling like a rain of fire, at the same time the industrial speakers were transmitting Ludwig 9th Symphony “Ode to Joy”. It lasted ten minutes…. ten minutes of magic and he thought: how can someone despise this worldly things and misprize this celebration by saying “it’s just another day”.

        Corks mixed with tiny multicolored papers were launched everywhere, people were seen hugging even though they were strange to one another, and some were crying too… of happiness. It was time to kick 2016 behind and embrace the new one.

        One of his friends looked at him with her clear and shining eyes saying “This is for you. You deserve it for the impish year you had. The next one will be better... i ensure you“ to which he responded, “Its ours… it's our night… let’s celebrate our successes and support us in our need, let us always be drunk together… happy new year.




El Patronito o Ardina 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

It was a terrible day for grazing

David knew, he had it marked on the calendar with a fat red cross. The afternoon was about to leave and began to darken. The full moon was appearing, it was similar to a goat cheese, and seemed to smile at him perniciously like a street whore asking to be fucked.

Those days of the month were always touchy. They were as stressful as the period in women. Every month they had that demonic week in which they bleed from the pussy and that hardship was very similar to his martyrdom. On the nights of the full moon, David turned into a wolf. In a large, black wolf, even larger than a usual canis lupus.


It was fair to assume that this millennium had already vaccine to that curse, science has invented almost everything: transgenic sheep with six members (the same as he pastored), dogs with brain implants, teleportation, cold fusion, apes charioteers, large sea horses that pulled underwater capsules to transport people across oceans.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

"God bless us, every one!"


quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

A new don

Era quinta-feira, chovia fortemente em Lisboa. Pairava no ar um cheiro maroto, resultante das primeiras chuvas do Outono que limpavam as ruas e elevavam aqueles vapores pestilentos misturados com a humidade. O vento também não dava descanso e tornava a chuva ainda mais desagradável e algo dolorosa. Já era madrugada mas à conta das nuvens carregadas o sol nem se via, parecia ainda noite que alguns exageradamente classificavam como apocalítica. Os relógios marcavam sete e mais alguns minutos, a maior parte das pessoas dormia enquanto outras estendiam o sono até estarem efetivamente atrasadas para que compromisso fosse, outras aproveitavam as condições atmosféricas para se inspirarem à frente de um computador, chorando baba e ranho, escrevendo o pseudo-romance do século, magicando uma qualquer frase célebre que ficasse para a história da literatura. Por último haviam aqueles que enfrentavam a chuva sem medos e já se achavam no martírio dos transportes públicos para irem trabalhar. 

El Patronito o Ardina

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

A viagem Parte 1



  A paragem do autocarro ficava no quilómetro oitenta daquela estrada isolada e era composta apenas por uma vara de metal, hirta na berma, com um placa que a identificava. Não havia qualquer tipo de refugio que proporcionasse sombra. O Sol já queimava e era ainda inicio da manha. Autocarro nem vê-lo! Estaria atrasado? Ou já tinha passado e ele não dera conta? No bilhete dizia que arrancava do terminal às 9h30 e demoraria cerca de 15 minutos a chegar àquele troço mas eram efectivamente 10 horas quando Carlos olhou novamente o seu relógio suspeitando algum imprevisto.

Aborrecia-lhe a ideia de ir para Faro tendo que fazer o transbordo em Lisboa. Feitas as contas, com o autocarro a parar em todas as terriolas, demoraria um dia até a Lisboa e mais outro até a Faro. Tempo não lhe faltava para congeminar alguma trama ou escrever alguma aventura no seu moleskine. 

Carlos olhava o horizonte onde a estrada tocava o céu e as formas das árvores e dos arbustos ondulavam com a refracção dos raios solares. Era possível avistar algo ao longo da estrada que se parecia com poças de agua mas que ele sabia bem que não passavam de miragens, nada mais do que ilusões ópticas. 
As calças, a camisa e a gravata tornavam-se exageradamente desconfortáveis e ele já tinha recolhido o casaco e o colete que pousara sobre a maleta que estava no chão.  Na zona das axilas era visível uma grande macha de suor e na testa acumulavam-se gotículas que iam ficando maiores e cairiam-lhe nos olhos certamente se ele não passa-se de tempos a tempos o lenço para enxaguar a testa e limpar os óculos escuros.  Decidiu sentar-se em cima da maleta. 


 Ouvia-se o barulho de um motor ao longe, até que enfim chegara, 30 minutos atrasado mas chegara. Carlos voltava a olhar para o horizonte tentanto avista-lo e preparava-se para fazer sinal para parar. Contudo não era o autocarro que se aproximava, era um carro comum. À medida que avançava, o veiculo tornava-se mais nítido, já se conseguindo destingir alguns aspectos; era vermelho, era antigo, era um Ford Escort, era um XR3 conversível. A disposição dos farolins era inconfundível. A capota estava recolhida e dentro do carro vinha uma mulher a guiar e atrás conseguia se destingir uma criança que não deveria ter mais do que 6 ou 7 anos. Carlos contemplava distraidamente as linhas do carro quando o mesmo parou à sua frente. 

domingo, 30 de março de 2014

a chegada.

     "A felicidade não era assim tão fácil de conquistar. Tem que ser procurada, trabalhada. Outrora vivia uma vida de classe laborar onde o dinheiro servia apenas para pagar despesas e limitar-me a poucos luxos. Num piscar de olhos passei para o outro lado, onde o dinheiro não me faltava para fazer fosse o que fosse.
    Ter pouco ou muito dinheiro tem os seus prós e contras. Quando tinha pouco andava a contar tostões agora que tenho muito afastei-me de muita gente - ganhei outras sem duvida - e embora não tenha ficado só, era obrigado a admitir que me faltavam certas pessoas a que já estava  habituado à presença. Eram saudades ou simplesmente nostalgia mas lembrava-me das pessoas da minha freguesia, dos inúmeros cafés e bares que costumávamos percorrer fazendo fiado por alturas de final de mês, das confusões que armávamos, das gargalhadas a altas horas da noite.  Mas é tudo tão linear, por isso é que as vezes tirava o fato e gravata, vestia roupa rasgada; a t-shirt sem mangas, o colete manga cava negro e um lenço amarrado ao pulso e ia sentir o punk para os bares que só a minha freguesia tinha, recordando a nostalgia que certos sítios me traziam. Conhecia inúmeras pessoas jovens, adultos , velhos e mendigos entre muitos outros. Agora que tinha a mulher e o gaiato, estava completo mas isso não me impedia de me divertir fosse com eles ou com amigos. Ninguém foge as suas raízes. A minha freguesia sabia sempre receber-me como um filho.

O Capitão.

sábado, 8 de março de 2014

A new day

          Estava estático há cerca de sete horas. Já estava naquele terraço mesmo antes de ter sido formado o cordão policial. Geralmente era pago por este tipo de trabalhos mas este faria com muito agrado. A chuva caía miudinha e o vento estava a quinze nós. Já tinha regulado a trajectória mas ainda não tinha trancado a mira não fosse a velocidade do vento aumentar. Onde me encontrava, via em pleno o Palácio de São Bento – emblema de Portugal e da liberdade – agora era a Assembleia da Republica, símbolo distinto da austeridade e da repressão, e da corrupção dos deveres que deveriam ser prestados públicos mas cujo os interesses pessoais de gente que governa multidões como quem joga “ Damas” falava mais alto.
            Aqui no terraço consegue-se ver tudo. Era um prédio castiço para se morar, para fazer um café ou restaurante gourmet, mas que interessa isso aos olhos deles. O prédio tem talvez três habitantes, todos eles com os pés para a cova, a viver na pobreza proporcionada por estes merdosos que fazem-se homens só porque usam gravata. Aqui em cima, quem me faz companhia são os pombos e as respectivas poias que acabam por ser mais fiéis que os seres humanos.
            A manifestação já se dava. Ouviam-se ao longe, os petardos lançados pelos cidadãos oprimidos que reprovavam mais um orçamento criminoso. A polícia que sofria dos mesmos cortes, dos mesmos males, mantinha a sua posição sem arredar pé. As merdas dos juramentos orados nas escolas, cegava-lhes o bom senso. Era o jogo do empurra: o povo queria ocupar as instalações da assembleia e a policia anti-motim não deixava. Faltava pouco para rebentar a bomba e haver sarilhos. Pois que houvesse! Sem sangue não há liberdade, era o meu lema. Eu, contudo, aguardava o doutor, o supra-sumo da corrupção, o gatuno, enfim o filho da puta que roubou a pensão dos meus avós e os fez pobres, o larápio que roubou a saúde aos portugueses e os fez necessitados, o fraude que prometeu e não cumpriu, o bandido que se apropriou dos ordenados e dos subsídios de milhares de pessoas. Eu queria era o pirata que extorquiu a felicidade e o orgulho dos cidadãos trabalhadores. Afinal de contas a dívida não era do povo, era o que se ouvia na manifestação.
            Os doutores começaram a sair um a um para os seus carros blindados. Saiam sorridentes de terem encontrado mais uma solução para o país. Contudo, não eram mais do que mercadores de miséria.
Chegara a altura. O vento corria a dezoito nós, regulei novamente a mira e tranquei. Esperei um pouco mais, quieto, estático, tão estático e até as pombas me cagavam em cima, o silenciador faria chiuu numa bala com a assinatura de todos os trabalhadores prejudicados deste país e além-fronteiras. Nasceria um novo dia onde começaria a guerra contra o capitalismo, o corporativismo e a corrupção. O projéctil levava a assinatura da menina deficiente que perdera o subsídio, do estudante que não concluiu os estudos por ter que arranjar trabalho, de todos os emigrantes forçados a sair de “casa” por melhores condições de vida.
            Um ligeiro puxão e estava feito. Job done without a fuzz. Arrumei tudo em 3 minutos, dois minutos e cinquenta segundos para ser mais preciso. Tinha o traje de mendigo e um carrinho de supermercado estacionado à porta do prédio. Ao chegar ao átrio, guardei a maleta no carrinho, refundira-a entre os cobertores. Esfreguei um dejecto de cão no casaco e no gorro e fui pedir refeição as carrinhas do banco a alimentar. O meu cheiro era tão repugnante que ninguém se queria aproximar nem para me dar o prato com feijoada. Ainda bem. O Povo é quem mais ordena. Case closed.

Lori Montereal