quarta-feira, 19 de maio de 2010

One more for the thousand

Estou de parabéns. Sim! estou de parabéns. Não é o meu aniversário… Não. Mas estou de parabéns. Não conquistei nada de especial mas estou de parabéns. Não ganhei um prémio Nobel (embora aspira-se recebe-lo um dia), não. Não consegui mudar o mundo… ainda (ambiciona um dia consegui-lo). Não conquistei ainda a felicidade…não (por enquanto). A verdade: é que neste dia ou talvez amanha ou mesmo depois de amanha estaremos a atingir os mil leitores. Ora que maravilha! É tempo de recompensar-vos caros e pseudo-inexistentes leitores, pois pago uma média de "jeca" a quem for o leitor número 1000. Com certeza ninguém se acusará é tão certo como haver amanha e como tenho eu razão sobre este assunto.
Podia aqui falar da primeira vez que postei uma castiça mas disléxica crónica - e quem acompanha regularmente a gata sabe qual é - mas deixarei essa dedicatória para quando atingirmos física e majestosamente os mil leitores.

My one thousand hugs for all

Abraços e agradecimentos de (O Poeta) e (O Capitão)

Um Bem-haja by:

The one, the only:

El PAtronito o Ardina

Uma caixa de 36 cores

Era uma caixa de 36 cores de uma marca italiana, cuja fábrica ficava no interior de Toscana, quase perto da fronteira; agora, estavam em Sardenha, numa casa virada para o mar, e com eles o seu proprietário podia desenhar o que quisesse. Sim, eram 36 cores magníficas de lápis de cor aquarela, dos quais se podia rabiscar qualquer esboço, desenho ou retrato, e bastava apenas molhar os traços com um pincel, para lhes dar um extraordinário efeito aguarela, concretizando-se assim quadros maravilhosos.
O seu proprietário era um talentoso desenhista, pintava e desenhava no papel tudo aquilo que a imaginação e fantasia lhe permitissem, era um génio nos lápis de cor aquarela. Conhecia muitos métodos de desenho e apesar de ter variadíssimos materiais, o que ele usava regularmente era o seu singelo pincel e os lápis daquela caixa de 36 cores.
Lorenzo de nome, era um sujeito muito distraído, tinha inúmeros desenhos afixados nas paredes do seu atelier, dezenas de desenhos esplêndidos, alguns deles nem se lembrava ter desenhado. O seu atelier era um espaço desarrumado, típico de um artista e mais característico ainda de uma pessoa distraída. Ele chegava de manha, ao desabrochar do sol e a primeiríssima coisa que fazia era abrir as janelas que davam a vista para o mar, abria-as na totalidade, para entrar a brisa marítima e os raios solares que iluminavam os numerosos desenhos pendurados nas paredes, depois fazia uma caneca de café e ligava o seu pequeno rádio que poisava ao seu lado na grande mesa, transmitindo sinfonias e melodias italianas o dia inteiro, e só então começava a desenhar. Por vezes era capaz de realizar 2 e 3 quadros, outros dias, quando a vontade e a imaginação não surgiam, fazia 1 ou limitava-se apenas a ver o mar e os pequenos barcos pela janela do seu espaço, aguardando que alguma ideia lhe caísse no pensamento.

Foi só um cheirinho ainda há mais para contar.

O Poeta

El Patronito o Ardina

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Darling

Era uma Lagarta.

Era uma Lagarta, que passeava lá no meu jardim. Por Deus!, não podia com ela, e dela pouco gostava.
Ora, não é que a malandra comia-me as folhas todas daqueles rebentos que eu havia plantado no verão; que cresciam sãos e fortes, davam frutos maravilhosos e que odorizavam um magnífico aroma a “natural”, a fresco.
Enquanto as minhas plantas cresciam sãs e fortes, também ela crescia proporcionalmente; a safada engordava tanto como engorda um bacorinho apaparicado. Não seria de esperar outra coisa, com a qualidade das folhas com que ela se alimentava.
Deixou-me doido, e sinceramente já não sabia o que fazer com a patifa; mordiscava-me as folhas de uma maneira que mais parecia um corta-relvas. Dei por mim a puxar os cabelos, a pensar numa forma de travar a fedelha. Mas no entanto jamais!, ousei sequer pensar, ceifar-lhe a vida, embora tivesse experimentado tudo para que ela muda-se de casa: repelentes naturais, cortar umas folhas, borrifa-las, tudo! Mas não, a malandreca lá ficou. Assim, não o fez e lá permaneceu, forte, hirta, crescendo nas folhas como cresce um catraio no auge da sua criancice
A miúda devastou-me a maior parte das folhas que lá havia, desde as miúdas às graúdas, poupou cuidadosamente a mais bonita, para se refastelar sob a sua sombra, e fazer lá o seu casulo.
E passados 2 meses, sair da sua toca como uma linda borboleta.
Apesar de linda queria ser esperta, pois queria lá instalar as suas 100 filhas descendentes que haveriam de me devastar ainda mais as couves. Aí sim! Sem pensar duas vezes, comprei um repelente também ele natural, que não magoa ninguém, para ela não as por lá. Não chegou a por. No entanto daquele casulo branco e redondo saiu uma bela borboleta, não haja dúvida disso, parecia até uma fada.
Não havia manha ou tarde solarenta que ela não estivesse na minha varanda, quantas vezes me levantei sonolento para a ver, quantas vezes ao lado dela bebi o meu leite aquecido, com mel, enquanto ela aquecia as suas asas coloridas ao sol. Nada me deixava mais alegre e contente do que vê-la ali. Era como se ela, todas as manhas, me desse os bons dias.
Mas por momentos, a borboleta ergueu-se e metamorfose, mesmo, numa fada: vestia uma túnica vermelha, carregada de uma beleza transcendente, suas assas eram frágeis e translúcidas, o seu cabelo ruivo, pendia encaracolado sobre os seus ombros, e a franja caia na face, quase escondendo os seus magníficos olhos azuis. Ela toucou-me com a varinha de condão que era um singelo ramo de uma folhagem, como se estivesse a proporcionar-me um desejo. E depois? Depois desapareceu. Tudo não passara de um belo sonho. A lagarta, estava lá sim, a comer-me as folhas sim, tornou-se numa borboleta esplendorosa sim, e ainda hoje passa-me no parapeito para me dar uns bons dias, mas não era fada. A borboleta era tão bonita que a tomei por uma fada e só e só Deus sabe quanto eu necessito de uma fada. Só Deus sabe, quanto o mundo carece de fadas.


O Poeta

Um bem haja e um FELIZ ANIVERSÀRIO.

El Patronito o Ardina

terça-feira, 4 de maio de 2010

At the Pharmacy

Entrou um senhor a assoar-se. Não parecia engripado, mas com certeza que alguma alergia primaveril o tinha atacado. Talvez fosse Sinusite! Dor de cabeça, seios nasais entupidos, mal-estar, alguma tosse. Sim! Era o mais provável.
Ele entrou na farmácia, onde após ter retirado a senha numero 57 foi logo chamado.
- Ora boa tarde. Que deseja? – perguntou a farmacêutica. Uma jovem esbelta de olhos azuis e cabelo encaracolado. Media talvez 1.56 metros, de tal forma que a bancada dava-lhe pelo peito, e dispunha de uma simpatia muito incomum no ser humano.
- Boa tarde! - avançou o senhor com um ar lastimável derivado da alergia que o incomodava - Queria uma caixa de aspirinas, um descongestionante nasal, e um vaporizador nasal… Ah! e era também uma caixa de felicidade.
- Tem prescrição para a felicidade – perguntou a farmacêutica
- Tenho sim senhora. Aqui tem. – respondeu o senhor mostrando a receita médica.
- Quer genérico?
- Sim pode ser. Mas que tipos de administrações tem para a felicidade?
- Bem para a felicidade, temos vários produtos é pena é ter que ser vendido com receita médica pois fazia jeito a muita gente. Temos em gel, o Happytil e em drageias o Happynax.. Eu costumo aconselhar as drageias, que é o que aqui tem prescrito, uma caixa de 30, embora tenhamos de 60 também. Há também em pomada Happydazina e em xarope o Happysolvon. Em genérico temos o Happyfene… ora aqui tem.
- Sim! Parece que o Happyfene está bom para mim.
- Vai levar então o genérico?
- Sim, sim… Mas olhe, está ali um na montra também, aquilo é o que?
- Ooh! Aquilo é Happyxigen. É o mesmo mas em ampolas, é mais suave, para pequenas quebras, ou mesmo para evita-las.
- Este medicamento tem muita saída. Não é? – perguntou o senhor adoentado.
- Nem imagina. Ainda há o Happygodil, é mais suave, prescrito geralmente para crianças, e o Happylstar, mas esse não vendemos aqui. Isso é soro, só é administrado nos hospitais, em urgências, e em pessoas já mesmo desesperadas.
- Vocês têm cá de tudo! – afirmou o senhor
- Sem dúvida. Neste medicamento há de tudo, nem imagina. Olhe! há até rebuçados medicinais que costumam ter muita saída no Inverno. O Happyard. Que levar um pacote não precisa de prescrição para os rebuçados.
- Não obrigado! Fico só com o genérico, o Happyfene.
- Então aqui tem: o Happyfene, a caixa de aspirinas, o descongestionante nasal e o vaporizador. Você não bebe? – perguntou a famaceutica
- Apenas socialmente. Vai me convidar para um copo? - gracejou o senhor
- Nem por isso é só para não beber enquanto estiver a tomar o Happyfene. Mas tem as recomendações no folheto informativo do medicamento.
- Agora apanhou-me bem.
- Não se preocupe veja se melhora e depois passe cá para comprar os rebuçados Happyard, e então falaremos.
Ao dizer isto a Farmacêutica entregou-lhe os medicamentos e piscou-lhe o olho, para depois lhe indicar:
- Pode pagar ali na caixa.
- Obrigado…resto de bom dia.
- As melhoras! – desejou a farmacêutica.
- Obrigado, muito obrigado.
O senhor melhorou, voltou a farmácia para comprar os rebuçados, e lá estava ela de novo. Falaram por algum tempo mas como ela estava a trabalhar combinaram um café para depois.
O que aconteceu a seguir? Bem! Isso já é outra história.
No entanto era bom, que a felicidade se comprasse em caixas de comprimidos, em qualquer farmácia.

Um bem-haja

El Patronito o Ardina